O presidente do Iraque, Barham Saleh, nomeou neste sábado (1) o antigo ministro da Comunicação Mohamed Taufiq Allawi como primeiro-ministro e o escolheu para formar um novo governo, dois meses à renúncia do antecessor, Adel Abdul Mahdi.
O nome de Allawi apareceu nos últimos dias como o favorito para substituir Abdul Mahdi, quando as forças políticas tiveram de chegar a um acordo sobre um candidato de consenso após o presidente ter determinado que a nomeação do novo premiê deveria acontecer até hoje.
As forças parlamentares e coligações não tinham conseguido chegar a um acordo, e o equilíbrio de poderes e alianças entre eles foi afetado pelo assassinato do comandante iraniano Qasem Soleimani pelos Estados Unidos, em Bagdá, no dia 3 de janeiro.
Em um vídeo postado no Twitter após ter sido nomeado, Allawi se dirigiu aos manifestantes, que nos últimos meses tomara as ruas do país árabe. "Se não fossem os sacrifícios do povo iraquiano, nenhuma mudança teria sido obtida", declarou.
O novo primeiro-ministro disse também que acredita na força daqueles que participaram dos protestos e lhes pediu para continuarem mobilizados até que as reformas políticas e econômicas aconteçam.
"Agora sou funcionário de vocês e tenho uma grande responsabilidade, não parem até que eu ou outra pessoa atenda às suas exigências", afirmou.
"Vamos compensar as famílias dos mártires (mortos nos protestos), curar os feridos, marcar uma data para as eleições, trabalhar para melhorar a economia e combater a corrupção", completou, em tom de promessa.
O representante eleito ameaçou desistir da missão de formar um governo, para a qual tem 30 dias, caso as forças políticas tentem impor os seus candidatos para os ministérios.
As coligações parlamentares não haviam conseguido chegar a um acordo nos últimos dois meses sobre a escolha de um novo primeiro-ministro, mas foram obrigadas a se entender quando o presidente fixou um prazo.
A mais alta autoridade religiosa xiita do país, o aiatolá Ali al Sistani, também pediu ontem a rápida formação do novo governo para superar a crise atual, agravada com o assassinado de Soleimani.