Pyongyang confirma prisão do americano Merrill Newman, de 85 anos
Internacional|Do R7
Seul, 30 nov (EFE).- A Coreia do Norte confirmou neste sábado através de um comunicado emitido pela agência de notícias "KCNA" a detenção do cidadão americano Merrill Newman, de 85 anos, acusado de cometer "atos hostis" contra o país. "Uma instituição relevante da República Popular Democrática da Coreia deteve recentemente o cidadão dos EUA, Merrill Edward Newman, por ter cometido atos hostis contra o país após entrar sob a aparência de um turista", detalhou a "KCNA". Merrill, um veterano da Guerra da Coreia (1950-1953), foi detido no dia 26 de outubro quando estava prestes a pegar seu avião de volta, após finalizar uma visita turística de 10 dias, se tornando o segundo cidadão dos EUA preso na Coreia do Norte junto com o guia turístico e missionário cristão Kenneth Bae. Segundo o regime, o californiano octogenário "admitiu todos os seus crimes e se desculpou por isso", depois que as investigações "mostraram com clareza" através de "evidências" seus atos hostis. "Matei muitos civis e soldados do Exército norte-coreano e destruí muitos alvos estratégicos durante a Guerra da Coreia. Admito ter cometido atos indeléveis e ofensivos", segundo a declaração assinada por Newman e divulgada pela "KCNA". "Sei que não posso ser perdoado pelos meus ataques, mas peço perdão de joelhos e com sinceridade ao governo e ao povo norte-coreano, já que não quero ser castigado", acrescentou Newman na declaração, que, além disso, se mostrou "arrependido" e com a certeza de que não voltará a cometer atos contra o regime. Na semana passada, os EUA pediram que a Coreia do Norte libertasse os dois americanos e "resolvesse o assunto", já que considera que as prisões no país comunista ocorrem de maneira "muito arbitrária", segundo o secretário de Estado, John Kerry. Para a Coreia do Norte, Newman realizou atos "contra a dignidade e a soberania" do regime e disse "calúnias" contra o sistema, além de ter tentado "buscar espiões e terroristas que realizassem atos de vigilância e atividades subversivas" contra o país durante a Guerra da Coreia. Segundo as investigações, o veterano "era membro ativo como assessor da 'Unidade Kuwol'", pertencente ao Serviço de Inteligência das Forças Armadas dos EUA, desde o final da guerra entre as duas Coreias. "É um criminoso porque planejou atividades subversivas e de espionagem contra a Coreia do Norte e neste transcurso se viu envolvido nos assassinatos de membros do Exército norte-coreano e de civis inocentes", afirmou a "KCNA". Por outro lado, o outro detido, Kenneth Bae, conhecido por seu nome coreano Bae Joon-ho, foi capturado em novembro de 2012 e condenado no dia 30 de abril pela Corte Suprema norte-coreana a 15 anos de trabalhos forçados por violar o artigo 60 da Constituição do país, o que implica cometer um crime com o objetivo "de derrubar o regime". EFE aaf-jpf/rpr