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Rachadura na África: fenda pode dividir continente e dar origem a novo oceano, diz estudo

Pesquisadores identificaram coluna de rocha derretida que pulsa sob leste africano e pode abrir caminho para nascimento de novo oceano

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Pesquisadores descobriram uma coluna de rocha derretida que pulsa sob a África Oriental.
  • Esse fenômeno pode dividir lentamente o continente, formando um novo oceano ao longo de milhões de anos.
  • A pesquisa revela que o manto não é estático, mas sim pulsante, influenciando a atividade sísmica e vulcânica na superfície.
  • O estudo integra dados de várias instituições internacionais e é fundamental para entender a dinâmica da formação de novos oceanos.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Uma pluma pulsante no manto sob a Etiópia está gradualmente formando um novo oceano Divulgação/Derek Keir/Universidade de Southampton

Uma equipe internacional de cientistas descobriu que uma coluna de rocha derretida nas profundezas da África Oriental está subindo e descendo em ondas rítmicas, dividindo lentamente o continente em um movimento que pode dar origem a um novo oceano.

As informações foram divulgadas pela Universidade de Swansea, no Reino Unido, em um comunicado sobre o estudo, originalmente publicado na revista científica Nature Geoscience em junho deste ano.


A pesquisa, liderada pela Universidade de Southampton e conduzida pela geóloga Emma Watts, indica que a região de Afar, no nordeste da Etiópia, está sustentada por uma pluma de manto quente que pulsa de forma semelhante a um batimento cardíaco.

Segundo os cientistas, esses “pulsos” estão ligados ao movimento das placas tectônicas e desempenham um papel essencial na fragmentação do continente africano, um processo geológico que deve levar milhões de anos para ser concluído.


“Descobrimos que o manto abaixo de Afar não é uniforme nem estacionário – ele pulsa, e esses pulsos carregam assinaturas químicas distintas”, disse Watts, pesquisadora da Universidade de Swansea.

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Fendas que se cruzam

A região de Afar é um dos raros pontos do planeta onde três fendas tectônicas se encontram: o Rift Etíope Principal, o Rift do Mar Vermelho e o Rift do Golfo de Áden. À medida que essas placas se afastam ao longo de milhões de anos, a crosta terrestre se estica, afina e pode eventualmente se romper, abrindo espaço para a formação de uma nova bacia oceânica.


Geólogos já suspeitavam que uma pluma de manto quente – uma espécie de corrente ascendente de rocha derretida – estivesse sob a região, mas o novo estudo foi o primeiro a mostrar que essa pluma não é estática, e sim pulsante.

‘Códigos de barras geológicos’

Os cientistas analisaram mais de 130 amostras de rochas vulcânicas coletadas em Afar e no Rift Etíope Principal. Eles cruzaram esses dados com informações geofísicas e modelos estatísticos para entender melhor a estrutura da crosta e do manto.


O resultado mostrou uma pluma única e assimétrica, marcada por faixas químicas que se repetem, descritas pelos pesquisadores como “códigos de barras geológicos”. Essas faixas indicam que o material derretido sobe em pulsos regulares.

“A listra química sugere que a pluma está pulsando, como um batimento cardíaco”, disse Tom Gernon, coautor do estudo e professor de Ciências da Terra na Universidade de Southampton. “Em regiões onde as placas se separam mais rapidamente, como no Mar Vermelho, esses pulsos se movem de forma mais eficiente, como o sangue fluindo por uma artéria estreita”.

Continente em transformação

Os pesquisadores concluíram que o fluxo do manto profundo está diretamente ligado ao movimento das placas tectônicas acima dele, influenciando o vulcanismo e a atividade sísmica na superfície.

“Esses processos são fundamentais para entender como um continente se rompe”, disse Derek Keir, professor da Universidade de Southampton e coautor da pesquisa. “O estudo mostra que a dinâmica do interior da Terra tem impacto direto na formação de novos oceanos”.

Perguntas e Respostas

 

Qual é a descoberta feita por cientistas sobre a África Oriental?

 

Uma equipe internacional de cientistas descobriu que uma coluna de rocha derretida nas profundezas da África Oriental está subindo e descendo em ondas rítmicas, dividindo lentamente o continente e podendo dar origem a um novo oceano.

 

Quem divulgou as informações sobre o estudo?

 

As informações foram divulgadas pela Universidade de Swansea, no Reino Unido, em um comunicado sobre o estudo publicado na revista científica Nature Geoscience em junho deste ano.

 

Qual é a região específica que está sendo estudada?

 

A pesquisa foca na região de Afar, no nordeste da Etiópia, que é sustentada por uma pluma de manto quente que pulsa de forma semelhante a um batimento cardíaco.

 

Qual é a relação entre os pulsos da pluma e as placas tectônicas?

 

Os pulsos da pluma estão ligados ao movimento das placas tectônicas e desempenham um papel essencial na fragmentação do continente africano, um processo que deve levar milhões de anos para ser concluído.

 

O que a pesquisadora Emma Watts afirmou sobre a pluma de manto?

 

Emma Watts afirmou que o manto abaixo de Afar não é uniforme nem estacionário, mas pulsa, e esses pulsos carregam assinaturas químicas distintas.

 

Quais são as características geológicas da região de Afar?

 

A região de Afar é um dos raros pontos do planeta onde três fendas tectônicas se encontram: o Rift Etíope Principal, o Rift do Mar Vermelho e o Rift do Golfo de Áden. À medida que essas placas se afastam, a crosta terrestre se estica e pode eventualmente se romper, formando uma nova bacia oceânica.

 

Qual foi a principal conclusão do estudo sobre a pluma de manto?

 

O estudo mostrou que a pluma de manto quente não é estática, mas pulsante, e que o fluxo do manto profundo está diretamente ligado ao movimento das placas tectônicas, influenciando o vulcanismo e a atividade sísmica na superfície.

 

Como os pesquisadores conduziram o estudo?

 

Os cientistas analisaram mais de 130 amostras de rochas vulcânicas coletadas em Afar e no Rift Etíope Principal, cruzando esses dados com informações geofísicas e modelos estatísticos para entender melhor a estrutura da crosta e do manto.

 

O que são os "códigos de barras geológicos" mencionados no estudo?

 

Os "códigos de barras geológicos" referem-se às faixas químicas que se repetem na pluma, indicando que o material derretido sobe em pulsos regulares.

 

Qual é a importância do estudo para a compreensão da formação de novos oceanos?

 

O estudo é fundamental para entender como um continente se rompe e mostra que a dinâmica do interior da Terra tem impacto direto na formação de novos oceanos.

 

Quantas instituições participaram do estudo e de quais países?

 

O trabalho envolveu especialistas de dez instituições internacionais, incluindo universidades do Reino Unido, Itália, Alemanha, Irlanda e Etiópia.

 

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