Restrições a viagens seguirão apesar de avanços contra covid-19
Anúncios de países que já entraram em fases mais avançadas de controle da pandemia, como Alemanha e Austrália, indicam que limitações serão longas
Internacional|Do R7
Países em diferentes estágios da pandemia de covid-19 estão anunciando o prolongamento de medidas de restrições de viagens nacionais e internacionais, uma indicação de que o trânsito de pessoas permanecerá limitado ainda por muito meses. A proibição de voos e o fechamento de fronteiras se mostraram parte importante das políticas de contenção da disseminação do novo coronavírus pelo mundo.
A Alemanha, que considera ter atingido um estágio em que o surto de covid-19 no país é "controlável", prorrogou a recomendação de não viajar para nenhuma parte do mundo até o dia 14 de junho, exceto para casos de deslocamentos inadiáveis.
"As drásticas restrições ao tráfego aéreo e outras formas de viagem persistem em escala global, e o tráfego internacional de passageiros está no fundo do poço. As medidas de quarentena, limitações de movimento e da atividade pública continuam em muitos países", disse o ministro ao justificar a decisão.
O governo alemão também sugeriu uma coordenação entre países europeus para a adoção de novas medidas em meio à pandemia de covid-19. A União Europeia decretou o fechamento de todas as fronteiras por 30 dias em 16 de março.
Austrália e Nova Zelândia
Comemorando o fato de estar rumo à declaração de "território livre da covid-19", o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, também reforçou, nesta quarta-feira (29), que as proibições de viagens internacionais serão mantidas.
Alguns estados australianos já começaram a suspender restrições em meio a uma desaceleração de novas infecções do novo coronavírus. Em Sidney, as praias foram abertas para banhos e caminhadas, com surfistas voltando às ondas na terça-feira.
A vizinha Nova Zelândia, que declarou a "eliminação do novo coronavírus" no seu território, também não abriu fronteiras, apesar de indicar uma amenização das regras de confinamento. A proibição de entrada de estrangeiros e a quarentena rígida estabelecidas de forma preventiva fez com que o país se tornasse um dos casos de sucesso no combate à pandemia.
Argentina
O governo argentino, por sua vez, extendeu a proibição de voos domésticos e internacionais até 1 de setembro. A restrição de viagens aéreas foi decretada em março e também proíbe a venda de passagens.
A Argentina é um dos países com medidas mais restritivas de controle da pandemia e tem perto de 2 mil casos de covid-19 confirmados. Mesmo com números baixos, se comparado com outros países das Américas, o governo estendeu a quarentena nacional e, com ela, as limitações de trânsito.
EUA sugerem proibir voos do Brasil
Na terça-feira (29), o presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu que voos com origem ou destino em países com vários casos de coronavírus sejam suspensos. Ele chegou a perguntar ao governador da Flórida, Ron DeSantis, se ele gostaria de proibir voos do Brasil.
No último dia 14, os Estados Unidos prolongaram por tempo indeterminado a proibição de voos vindos da Europa. Antes disso, em 14 de março, o governo norte-americano tinha proibido viagens do Irã, China e da Europa por 30 dias.
Rússia
A Rússia, um dos países da Europa que enfrenta uma disparada de contágios por coronavírus, prorrogou a proibição de entrada de estrangeiros no país por tempo indeterminado, medida que valerá até o fim do combate à pandemia de covid-19.
"Até 30 de abril estão em vigor as restrições para a entrada de estrangeiros em nosso país. Hoje, assinei um documento prorrogando este prazo até que termine a batalha contra a infecção", disse o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, em reunião do governo realizada por videoconferência.
Navios de cruzeiros
As proibições de viagens e fechamento de fronteiras não afeta apenas o tráfego aéreo, mas influencia diretamente a indústria do turismo. Os navios de cruzeiro ainda enfrentam os efeitos de terem se tornado grandes focos da covid-19 e criaram diversos problemas transnacionais.
Uma das gigantes do setor, a suíça MSC Cruzeiros, prorrogou até o dia 10 de junho a suspensão de todos os seus itinerários. A companhia compensará os clientes afetados com um voucher que poderá ser usado para qualquer destino até o final de 2021 e entregará um vale adicional de 100 a 400 euros para os gastos a bordo, dependendo da duração inicial da viagem.