Rússia fecha acordo nuclear com a Argentina, competindo com a China

Construtora de reatores estatal russa Rosatom disse em um comunicado que os dois países haviam assinado um "documento estratégico"

03/12/2018 - 22h46 (Atualizado em 22/02/2024 - 13h00)

A Rússia assinou um novo acordo de cooperação nuclear com a Argentina, que já negocia com a China sobre a construção de reatores nucleares.

A construtora de reatores estatal russa Rosatom disse em um comunicado que os dois países haviam assinado um "documento estratégico" confirmando a parceria em energia nuclear na cúpula do G20 em Buenos Aires no final de semana.

O documento foi assinado pelo CEO da Rosatom Alexey Likhachev e pelo Ministro de Energia da Argentina, Javier Iguacel, em uma cerimônia que teve a presença dos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Argentina, Maurício Macri.

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O acordo não é um contrato para construir reatores nucleares, mas um acordo básico como outros que a Rússia já assinou com outros países.

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Tais acordos nem sempre levam a contratos fixos e normalmente são re-confirmados em intervalos de alguns anos. A Rússia já assinou outros acordos nucleares com a Argentina, o último deles em 2015.

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O acordo mais recente acontece pouco depois que o diretor da agência nacional de investimentos da Argentina disse à Reuters no mês passado que a Argentina e a China buscavam fechar em alguns dias um acordo de até 8 bilhões de dólares para construir uma quarta usina nuclear na Argentina.

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Isso em meio às tensões que cercam o atual governante árabe, relativas à sua suposta participação na morte do jornalista Jamal Khashoggi, no consulado saudita em Istambul, em outubro último

Por outro lado, Putin deu mostras de que a Rússia vive um momento tenso na relação com os Estados Unidos e teve um comportamento frio no momento em que encontrou o presidente americano Donald Trump, que reagiu da mesma maneira

Os Estados Unidos também passaram por momentos complicados na relação com o governo saudita, apesar de Trump sempre declarar que pretende manter as relações comerciais, sem jamais ter culpado Bin Salman pela morte do jornalista

Mas além da questão da Arábia Saudita, outros pontos têm impelido um distanciamento entre os líderes americano e russo

Um deles são as afirmações, feitas pela CIA, de que a Rússia interferiu nas últimas eleições presidenciais americanas, o que deixou Trump em uma situação delicada tanto internamente quanto diante dos russos

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Outro ponto de discordância é em relação à política da Rússia em relação à Ucrânia. Três embarcações militares ucranianas foram alvejadas e apreendidas perto da Crimeia no último fim de semana

O governo russo afirma ter havido invasão das águas territoriais por parte da Ucrânia. Mas países ocidentais, entre eles os Estados Unidos, condenaram a atitude russa e, por causa do incidente, Trump cancelou o encontro formal que teria com Putin no G20

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