Sergio Massa, mais votado do 1º turno na Argentina, é ministro e luta contra inflação de 140% ao ano
Principal figura do governo peronista de centro-esquerda optou por permanecer no cargo com a ideia de que 'a campanha é a gestão'
Internacional|Do R7
Com mais de 30 anos de carreira política, o carismático Sergio Massa alcançou neste domingo (22) sua sonhada oportunidade de disputar a Presidência da Argentina, mantendo o cargo de ministro da Economia e com 140% de inflação anual.
Em 19 de novembro, Massa, o mais votado no primeiro turno das eleições com mais de 36% dos votos, enfrentará o ultraliberal Javier Milei, que era favorito nas pesquisas, mas obteve pouco menos de 30%, segundo a apuração de 98,51% das urnas.
Massa, a principal figura do governo peronista de centro-esquerda argentino, optou por permanecer no cargo de ministro com a ideia de que "a campanha é a gestão".
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Com 51 anos e caráter conciliador, Massa fez acordos com empresários, sindicatos e com o Fundo Monetário Internacional. No entanto, não conseguiu controlar a inflação, a principal preocupação dos argentinos.
Advogado de profissão, tem a habilidade de retratar dificuldades como conquistas, pelo menos entre seus seguidores, algo que é criticado por seus adversários.
De aparência robusta, cabelo bem arrumado e sempre com um sorriso fotogênico, Massa fala de forma pausada e modula como se estivesse em um TED Talk.
Porém, em diversas ocasiões, já se descreveu como "apaixonado" e atribuiu essa característica à herança italiana de seus pais imigrantes.
Em sua carreira política, Massa transformou amizades em inimizades e vice-versa várias vezes. Deu o salto para a política nacional em 2013 com seu Frente Renovador, espaço dentro do peronismo que se apresentou como uma alternativa ao governo de Cristina Kirchner (2007-15), de quem havia sido chefe de gabinete e que hoje o apoia novamente.
Em 2015, disputou pela primeira vez a Presidência, mas foi eliminado no primeiro turno das eleições que acabaram sendo vencidas pelo direitista Mauricio Macri.
Entre 2007 e 2008, e depois entre 2011 e 2015, foi prefeito da cidade de Tigre, nos arredores de Buenos Aires, pela aliança da então presidente Kirchner. Mas alguns anos depois se afastou dela, até que, em 2019, se aliou novamente à ex-presidente, eleita naquele ano vice-presidente.
Massa nasceu e cresceu nos arredores da província de Buenos Aires e iniciou sua militância no partido liberal Ucedé no fim dos anos 1980. Na década de 1990, voltou sua militância para o peronismo de Buenos Aires, através das líderes políticas Cristina Camaño e Marcela Durrieu, sua sogra.
Durrieu o apresentou à sua filha, Malena Galmarini, com quem ele se casou e teve dois filhos.