Socialistas portugueses rejeitam pacto de governo com esquerda marxista
Internacional|Do R7
Lisboa, 16 jul (EFE).- O Partido Socialista de Portugal (PS) descartou nesta terça-feira a proposta dos marxistas para começar um processo de diálogo entre todas as legendas de esquerda em Portugal para negociar as bases de um acordo de governo. Os líderes do Bloco de Esquerda (BI) e do PS se reuniram em Lisboa para debater a proposta de um hipotético governo de esquerda que incluiria também os comunistas lusos (PCP) e que servisse de alternativa dada a atual crise política que o país atravessa, e que continua sem ser resolvida por enquanto. Na saída deste encontro, o porta-voz socialista Oscar Gaspar afirmou aos jornalistas presentes que "não faz sentido" abrir um processo "paralelo" ao que já está em curso desde o domingo com os dois partidos conservadores que formam a coalizão de governo. Estas negociações entre as três principais legendas políticas portuguesas ocorrem a pedido do presidente do país, Aníbal Cavaco Silva, que lhes pediu para acertar um "compromisso de salvação nacional" que garanta a estabilidade depois que a aliança governista conservadora ficou à beira da ruptura. Gaspar lembrou que os socialistas convidaram marxistas e comunistas para participar desse diálogo, apesar de Cavaco Silva não os ter citado em sua iniciativa, e lamentou que não tivessem aceitado se somar às conversas. "O PS insistiu que todos os partidos entrassem em diálogo, fizeram mal em se excluir desse processo", declarou o dirigente socialista. Segundo sua análise, "o país não precisa entrar no jogo partidário", mas sim da "contribuição" de todas as forças políticas para resolver a crise de governo que se abriu faz hoje duas semanas. Para o dirigente do BI Fernando Rosa, a resposta dos socialistas a seu plano significa que o principal grupo da oposição prefere chegar a um acordo com o governo conservador ao invés de "construir" uma alternativa de esquerda. "O PS privilegia o entendimento com o Executivo. Isso não se corresponde com nossas intenções", afirmou o dirigente marxista, apesar de ter deixado aberta a porta para "futuras conversas" entre ambos os partidos. EFE sid/id