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Trump reage à Rússia: relembre 7 tensões nucleares desde a Crise dos Mísseis de Cuba

Declarações de Dmitry Medvedev sobre capacidade nuclear russa levaram presidente dos EUA a posicionar submarinos nucleares

Internacional|Do R7

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • Trump posiciona dois submarinos nucleares em resposta a ameaças da Rússia.
  • Dmitry Medvedev alerta sobre capacidade nuclear russa e a possibilidade de um ataque de "último recurso".
  • Trump pede cessar-fogo na guerra entre Rússia e Ucrânia com prazo de 10 dias para paz.
  • Aumento das tensões reaviva memórias de crises nucleares marcantes desde a Crise dos Mísseis de Cuba.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Donald Trump anunciou o posicionamento de dois submarinos nucleares em 'regiões apropriadas' Divulgação/Casa Branca

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (1º) o posicionamento de dois submarinos nucleares em “regiões apropriadas” em resposta a ameaças do vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev.

Na quinta-feira (31), Medvedev alertou que a Rússia possui capacidade para um ataque nuclear de “último recurso”, citando o sistema soviético “Mão Morta”, uma arma automática de retaliação nuclear com alto poder destrutivo.


“Palavras são muito importantes e muitas vezes podem levar a consequências indesejadas. Espero que este não seja um desses casos”, disse Trump em uma publicação na rede Truth Social.

O republicano também pediu um cessar-fogo na guerra entre Rússia e Ucrânia, que já se prolonga há mais de três anos, e estabeleceu um prazo de 10 dias para um acordo de paz, sob ameaça de sanções comerciais.


A tensão atual reaviva memórias de momentos críticos na história, quando o mundo esteve à beira de conflitos nucleares. Abaixo, o R7 relembra sete episódios marcantes desde a Crise dos Mísseis de Cuba, em 1962.

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Crise dos Mísseis de Cuba (1962)

Em outubro de 1962, em plena Guerra Fria, o mundo esteve próximo de uma guerra nuclear. A União Soviética, sob Nikita Khrushchev, instalou secretamente mísseis nucleares em Cuba, a 140 km dos EUA, em resposta a mísseis norte-americanos na Turquia.


Após 13 dias de negociações intensas com o governo Kennedy, Khrushchev concordou em retirar os mísseis, enquanto os EUA prometeram não invadir Cuba e, secretamente, remover seus mísseis da Turquia.

A crise ajudou a levar à criação do telefone vermelho, a linha direta de comunicação entre Casa Branca e Kremlin.


Exercício Able Archer (1983)

Em novembro de 1983, o exercício militar da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Able Archer 83, simulou um conflito nuclear na Europa, alarmando a União Soviética.

A URSS interpretou o exercício como uma possível preparação para um ataque real, colocando suas forças nucleares em alerta máximo. A falta de comunicação clara quase levou a uma escalada nuclear.

A crise foi resolvida quando a Otan encerrou o exercício, mas o episódio pôs em evidência o risco de mal-entendidos em tempos de alta tensão, como a Guerra Fria, que ainda contextualizava as relações geopolíticas da época.

Documentos posteriores do Conselho Consultivo de Inteligência Estrangeira do Presidente dos EUA (PFIAB, na sigla em inglês) classificaram o evento como um dos momentos em que o mundo chegou mais perto de uma guerra nuclear desde a Crise dos Mísseis de Cuba.

Testes Nucleares da Índia e Paquistão (1998)

Em maio de 1998, Índia e Paquistão, nações rivais, realizaram testes nucleares, intensificando a tensão na região da Caxemira.

Relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disseram que a Índia conduziu cinco testes, seguidos por seis do Paquistão. Ambos foram confirmados como potências nucleares fora do Tratado de Não Proliferação (TNP).

A comunidade internacional impôs sanções, mas a rivalidade continuou a gerar temores de um conflito nuclear que, mais de vinte anos depois, voltaram aos holofotes do mundo.

Crise Nuclear da Coreia do Norte (2006)

Em outubro de 2006, a Coreia do Norte realizou seu primeiro teste nuclear depois de ter se retirado do TNP, em 2003.

O teste, embora de baixa potência, desafiou a comunidade internacional e aumentou as tensões com os EUA e seus aliados.

A ONU impôs sanções, mas o programa nuclear norte-coreano continuou a avançar, com testes subsequentes em 2009, 2013, 2016 e 2017, segundo resoluções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

Conflito Índia-Paquistão (2019)

A tensão nuclear entre Índia e Paquistão escalou em fevereiro de 2019, após um ataque terrorista na Caxemira que matou 40 soldados indianos.

A Índia respondeu com ataques aéreos em território paquistanês, e o Paquistão retaliou, derrubando um avião indiano.

Ambos os países, com arsenais nucleares estimados em 150 ogivas cada, evitaram uma escalada maior após pressões diplomáticas internacionais.

Novo conflito Índia-Paquistão (2025)

Este ano, a rivalidade entre Índia e Paquistão atingiu um novo patamar depois que um atentado deixou 26 turistas mortos na região da Caxemira, no norte da Índia, no dia 22 de abril.

O atentado provocou forte reação na Índia, de maioria hindu, aumentando a pressão sobre o governo do primeiro-ministro Narendra Modi para adotar uma postura mais dura em relação ao vizinho Paquistão, de maioria muçulmana.

Nova Délhi acusa Islamabad de apoiar financeiramente e dar suporte logístico a grupos extremistas que atuam na Caxemira, território de disputa histórica entre os dois países.

Em resposta, a Índia suspendeu a participação no Tratado de Águas do Indo, que regula desde 1960 o compartilhamento dos rios da região, com mediação do Banco Mundial. Também rebaixou suas relações diplomáticas com o Paquistão.

Conflito Israel/EUA-Irã (2025)

Em junho, Israel e os EUA atacaram instalações nucleares iranianas, incluindo a de Fordo, para impedir o desenvolvimento de armas nucleares. O Irã, que nega buscar armas nucleares, retaliou com mísseis contra bases norte-americanas no Catar e alvos em Israel.

O presidente Trump celebrou os danos “monumentais” ao programa nuclear iraniano, mas a troca de ataques matou centenas, incluindo civis. Um cessar-fogo foi anunciado no final de junho, mas ataques de ambos os lados persistiram ainda assim.

Este mês, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, anunciou a retomada do programa nuclear de enriquecimento de urânio.

Em uma entrevista a uma emissora dos Estados Unidos, o chanceler afirmou, no entanto, que o programa está atualmente parado devido aos danos causados pelos bombardeios realizados por Israel e pelos EUA.

Abbas Araghchi declarou que “o Irã não abrirá mão do enriquecimento” por considerá-lo uma conquista científica e um aspecto importante da identidade nacional.

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