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Venezuela e Guiana concordam em não usar força na disputa por Essequibo

Novo encontro entre as partes deverá acontecer no Brasil dentro de três meses; área é alvo de disputa para exploração de petróleo

Internacional|Do R7

Ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, se reuniram nesta quinta-feira (15)
Ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, se reuniram nesta quinta-feira (15)

O encontro entre o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, foi encerrado com um acordo no qual ambos os países descartam o uso da força na controvérsia sobre Essequibo, um território rico em petróleo disputado há mais de um século.

Guiana e Venezuela "concordaram que direta ou indiretamente não se ameaçarão nem usarão a força mutuamente em nenhuma circunstância, incluindo aquelas decorrentes de qualquer controvérsia existente entre ambos os Estados", indicou parte de uma declaração conjunta lida por Ralph Gonsalves, primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, sede do encontro.

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Também "acordaram que qualquer controvérsia entre os dois Estados será resolvida de acordo com o direito internacional, incluindo o Acordo de Genebra", acrescentou o documento.

Venezuela e Guiana também aceitaram promover um novo encontro entre as partes dentro de três meses no Brasil.


Os presidentes encerraram a reunião com um aperto de mãos após cerca de duas horas de discussão em São Vicente e Granadinas, promovida pela Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac) e pela Comunidade do Caribe (Caricom), com o apoio do Brasil.

Antes da leitura da declaração conjunta, o presidente Ali enfatizou o direito de seu país explorar seu "espaço soberano".

"A Guiana não é o agressor, a Guiana não está buscando a guerra, a Guiana se reserva o direito de trabalhar com nossos aliados para garantir a defesa do nosso país", afirmou Ali, durante coletiva de imprensa posterior, sem ceder em sua posição sobre a disputa.

"A Guiana tem todo o direito (...) de facilitar qualquer investimento, qualquer sociedade (...), a expedição de qualquer licença e a outorga de qualquer concessão em nosso espaço soberano".

A reunião foi realizada em meio a uma preocupação crescente pelas trocas de declarações cada vez mais ásperas entre os dois presidentes sobre Essequibo, um território de 160 mil km² rico em petróleo e outros recursos naturais, administrado por Georgetown e reivindicado por Caracas.

Maduro, que ainda não deu nenhuma declaração ao final do encontro, disse que iria à reunião em busca de uma "via de diálogo e negociação" para obter "soluções efetivas".

"Os intermediários provavelmente terão que buscar algo para que Maduro não" saia do encontro "sem nada", disse à AFP Sadio Garavini di Turno, ex-embaixador da Venezuela na Guiana, que considera "factível" uma declaração "na qual se diga que vão baixar a escalada, que vão continuar conversando para baixar as tensões".

Maduro considerou o encontro como "um grande feito" para "abordar de forma direta a controvérsia territorial", mas Ali negou que a disputa estivesse na agenda e insistiu em sua posição de que esta deve ser decidida na Corte Internacional de Justiça (CIJ), cuja jurisdição Caracas não reconhece.

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