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Venezuela escolherá sucessor de Chávez no dia 14 de abril

Internacional|Do R7

José Luis Paniagua. Caracas, 9 mar (EFE).- Os eleitores da Venezuela irão às urnas no dia 14 de abril para escolherem o sucessor do presidente Hugo Chávez para comandar os destinos do país até 2019, quando termina o período iniciado em janeiro pelo falecido governante, informou neste sábado o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A decisão veio após uma reunião de várias horas na qual os diretores do conselho estabeleceram um cronograma que prevê uma campanha de apenas nove dias, entre 2 e 11 de abril. Quatro dias depois da morte de Chávez e com o país ainda em luto oficial de sete dias, os venezuelanos se encontram já imersos em um novo processo eleitoral, o terceiro em cinco meses. A presidente do CNE, Tibisay Lucena, fez um pronunciamento à tarde para dar a notícia e pedir que os candidatos respeitassem a institucionalidade do país. Tibisay disse que os candidatos poderão postular suas candidaturas a partir de amanhã, domingo, às 8h locais (9h30 horário de Brasília) e até a segunda-feira às 14h30 locais (16h horário de Brasília). O CNE aprovou, além disso, um pedido à União de Nações Sul-americanas (Unasul) para que envie uma "missão de acompanhamento", como fez nas eleições de 7 de outubro, vencida por Chávez. A presidente do CNE afirmou que o cronograma foi estabelecido após um "estudo minucioso dos extremos legais constitucionais e técnicos" e destacou que foram "reduzidos os lapsos" legais, prevendo "todas as auditorias e todas as atividades que garantem a clareza e transparência do processo". Além disso, advertiu àqueles "que não acreditam na democracia e veem nesta conjuntura uma oportunidade para manchá-la" que "vão se deparar com toda uma população e suas instituições". A convocação aconteceu após a morte de Chávez na terça-feira passada aos seus 58 anos e após 20 meses de luta contra o câncer, o que deixou o país em situação de incerteza desde junho de 2011. Uma vez morto o homem que governou o país desde 1999, foram empregados os mecanismos da Constituição venezuelana, que estabelece a convocação de eleições no prazo de 30 dias em caso de ausência absoluta do presidente. No entanto, o início dos procedimentos legais não aconteceu sem polêmicas. O Supremo Tribunal estabeleceu em janeiro que, apesar de Chávez não ter condições de tomar posse e fazer o juramento, ele seria o presidente em exercício desde o dia 10 de janeiro. Por isso, foi aplicada a medida prevista para o caso de ausência absoluta do governante nos primeiros quatro anos de governo, colocando o vice-presidente como encarregado interino da Presidência. Nicolás Maduro, que tomou posse ontem como presidente interino, será o candidato governista, como anunciou o próprio Chávez no dia 8 de dezembro do ano passado antes de se submeter à última cirurgia, pensando na possibilidade de não se curar da doença. O fato de Maduro ter sido, até ontem, o vice-presidente suscitou outra controvérsia, pois a Constituição estabelece que não pode ser candidato à Presidência a pessoa que está em exercício da Vice-Presidência Executiva. No entanto, a Sala Constitucional do Supremo Tribunal emitiu uma decisão aprovando a possibilidade de Maduro ser candidato, pois já não é o vice-presidente, mas o presidente interino, algo que o líder da oposição Henrique Capriles classificou como uma "fraude". Assim que foi dada a notícia, a Mesa da Unidade Democrática (MUD), coligação que aglutina a maioria das forças de oposição venezuelanas, ofereceu a candidatura à Capriles, que disputou as eleições de outubro. Ramón Guillermo Aveledo, secretário-executivo da MUD, afirmou que o governo do candidato da oposição "será um governo de união nacional, sem divisões, sem exclusões, sem discriminações, um governo com todos e para todos os venezuelanos". Aveledo destacou que a decisão de oferecer a candidatura à Capriles foi aprovada por unanimidade pela coligação. Capriles agradeceu, através do Twitter, à MUD a proposta de candidatura e disse que estava analisando o anúncio da data das eleições feito pela presidente do CNE. "Estou analisando a declaração da Presidente do CNE e nas próximas horas farei o anúncio ao país sobre minha decisão", afirmou Capriles. Uma fonte da equipe de Capriles disse à Agência Efe que provavelmente o líder da oposição fará o seu anúncio no domingo. EFE jlp-afs/rpr (fotos)

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