Venezuela liberta quatro ativistas antigoverno, diz oposição
Internacional|Do R7
CARACAS (Reuters) - A Venezuela libertou nesta terça-feira mais quatro opositores do presidente, Nicolás Maduro, mas ativistas exigiram a soltura imediata de mais de 100 outros que dizem também estarem presos injustamente, disseram líderes da oposição e familiares.
"Estes quatro foram libertados de madrugada, às 2h (horário local). É claro, temos que expressar alguma satisfação. Mas... todos os presos políticos são inocentes, todos eles merecem a liberdade", disse Jesús Torrealba, chefe da coalizão oposicionista.
Não houve comunicado oficial do governo a respeito das libertações.
Os quatro --o mensageiro de banco Gilberto Sojo, o engenheiro Vladimir Araque, o general aposentado Romer Mena e o advogado Leopoldo D'Alta-- foram presos em 2014 e 2015 devido a várias acusações de fomento à violência e complô contra o governo socialista. Todos eles negam as acusações.
Eles estão entre os oposicionistas menos conhecidos de Maduro que foram encarcerados desde que o líder venceu a eleição que escolheu o substituto de Hugo Chávez em 2013.
O governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) diz que seus adversários, incentivados pelos Estados Unidos, querem tomar o poder através de um golpe e nega a existência de presos políticos na Venezuela.
Mas críticos afirmam que Maduro transformou o país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em uma ditadura, ultrapassando de longe seu antecessor Chávez no tocante à repressão política.
O tema dos prisioneiros esteve no topo da pauta das conversas entre o governo e a oposição que foram mediadas pelo Vaticano e começaram no final de outubro, mas emperraram nos últimos dias.
A soltura dos quatro nesta terça-feira veio na sequência da libertação de meia dúzia de outros ativistas de oposição, parte dos gestos de boa vontade resultantes do início das conversas.
(Por Andrew Cawthorne)