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Venezuela se aproxima de fim da incógnita sobre seu futuro e o de Chávez

Internacional|Do R7

José Luis Paniagua. Caracas, 18 fev (EFE).- O final da incerteza que há quase dois anos dominou a agenda política da Venezuela parece mais próximo agora que o presidente Hugo Chávez voltou ao país e que ganha força a possibilidade de convocação de novas eleições. Analistas políticos consultados pela Agência Efe consideraram nesta segunda-feira que o retorno de Chávez tem conotações do ponto de vista emocional para os partidários do presidente; amplia a legitimidade do vice-presidente Nicolás Maduro à frente de um governo interino e pode ser o ponto de partida para um pleito presidencial. A volta de Chávez na madrugada de hoje após dois meses de ausência não mudou os três cenários futuros que há muitos meses são especulados na Venezuela: o de que o presidente retorne ao poder, que volte por um curto período e assessore o vice-presidente nas novas eleições ou o de que não possa exercer novamente a presidência. No entanto, o retorno do homem que comanda a Venezuela desde 1999, após uma operação na qual sofreu vários tipos de complicações e até o deixou sem fala temporariamente por causa de uma traqueostomia praticada após uma infecção respiratória, exige respostas a curto prazo. Para o presidente do instituto Datanálisis, Luis Vicente León, "a Venezuela tem um governo e ele está governando, mas esse governo tem uma fraqueza, que é o fato de seu líder máximo não estar no poder, e isso a médio e longo prazo é um problema que tem que ser resolvido". O retorno de Chávez "recupera as ligações emocionais" com a população e reativa o "apoio de Chávez a Maduro" feito no dia 8 de dezembro, antes de embarcar a Cuba para ser operado, quando designou o vice-presidente como seu sucessor político caso ficasse impossibilitado de governar. "O mais provável é que vejamos uma eleição na Venezuela ao longo deste ano, mas não necessariamente já", disse León. O retorno de Chávez tem elementos anímicos no plano político local: é um estímulo psicológico para o movimento chavista e recupera a iniciativa do governo na agenda local, depois de na semana passada o líder da oposição, Henrique Capriles, lançar uma série de ataques contra o Executivo por sua recente decisão de desvalorizar a moeda local. Essa é a opinião do analista John Magdaleno, professor do Instituto de Estudos Superiores de Administração de Caracas (IESA), para quem todo esse efeito "vai ser utilizado para mobilizar política e socialmente o chavismo na preparação de algo mais". "Acho que na preparação do terreno para eleição presidencial", acrescentou. O processo de elevação de Chávez à categoria de símbolo ou ícone com a intensa campanha propagandística dos últimos meses, a legitimação de Maduro como líder do governo, estando à frente de atos oficiais há várias semanas, e o discurso de confronto por parte do movimento chavista nos últimos dias terminam de configurar esses sinais preliminares de um pleito não muito distante. Para Magdaleno, de qualquer forma, a convocação ou não de eleições representa uma decisão ligada completamente à evolução do estado de saúde de Chávez. Para Nícmer Evans, professor de Ciências Políticas da Universidade Central da Venezuela, a chegada de Chávez representa necessariamente uma solução próxima tanto do exercício do mandato como com da possibilidade aberta pelo próprio governante em 8 de dezembro. "Acho que o retorno do presidente Chávez significa, entre outras coisas, o fato de que já há decisões que puderam ser tomadas com o conhecimento mais pleno de sua capacidade de recuperação e de seu estado de saúde", afirmou o analista político, acrescentando que um dos desafios do governo é anunciar essas decisões. No entanto, Evans concorda que as opções de futuro estão diretamente ligadas à condição de saúde do presidente em "um relativo curto prazo". EFE jlp/id

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