Videla, último grande protagonista do regime de terror argentino
Internacional|Do R7
Buenos Aires, 17 mai (EFE).- Com a morte nesta sexta-feira do ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla sai de cena um dos maiores protagonistas dos anos do terror de Estado no país, um regime sangrento cujos maiores ideólogos já faleceram. Videla, de 87 anos, morreu em uma prisão comum onde cumpria prisão perpétua por delitos de lesa-humanidade, enquanto enfrentava outros julgamentos em curso por sua atuação na ditadura (1976-1983). Junto a Emilio Massera e Orlando Agosti, Videla liderou o golpe de Estado do dia 24 de março de 1976 que derrubou a presidente María Estela Martínez de Perón, terceira esposa do três vezes governante Juan Domingo Perón. Massera, comandante da Marinha argentina, morreu em novembro de 2010, enquanto Agosti, que liderava a Força Aérea ao momento do golpe, morreu em outubro de 1997. Igual sorte teve Roberto Eduardo Viola, comandante do Exército argentino que sucedeu Videla à frente da Presidência de fato, cargo que ocupou entre 29 de março de 1981 e 11 de dezembro do mesmo ano. O terceiro governante do regime ditatorial, Leopoldo Galtieri, que presidiu o país entre 1981 e 1982, morreu em 12 de janeiro de 2003. Em março passado também faleceu José Alfredo Martínez de Hoz, ministro da Economia da ditadura e artífice das medidas neoliberais implementadas durante o regime. O único sobrevivente entre os máximos responsáveis do denominado "processo de reorganização nacional" é Reynaldo Bignone, presidente de fato entre 1º de julho de 1982 e 10 de dezembro de 1983, quando Argentina recuperou a vida democrática. O ex-militar foi sentenciado em março passado à prisão perpétua por crimes de lesa-humanidade cometidos no centro clandestino de detenção da guarnição militar de Campo de Mayo, nos arredores de Buenos Aires, pena que se uniu a outras anteriores por sua atuação durante a ditadura. Bignone, de 85 anos, negociou a transição à democracia após assinar uma Lei de Anistia, que foi cancelada mais tarde, e ordenar a destruição de toda a documentação sobre detenções, torturas e assassinatos de desaparecidos. EFE nk/ma (foto) (vídeo)