Governo de MG vai manter escolas cívico-militares em parceria com o Corpo de Bombeiros
Secretaria Estadual da Educação avalia que colégios que adotam o modelo tiveram melhoria no ensino; MG tem nove escolas na rede
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
O Governo de Minas Gerais anunciou, nesta quinta-feira (13), que vai manter em funcionamento as escolas cívico-militares, mesmo após o governo federal anunciar a suspensão do projeto, criado em 2019.
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A SEE (Secretaria Estadual da Educação) explicou que a continuidade será possível graças a uma parceria firmada com o Corpo de Bombeiros. A expectativa é que a corporação passe a fazer parte da gestão compartilhada das escolas estaduais que adotarem o modelo a partir de 2024.
A pasta alega que a taxa de aprovação nos colégios que adotam o modelo em Minas aumentou desde a implantação e ficou acima de 80%.
O governo estadual aderiu ao Pecim (Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares) em 2020. Atualmente, oito escolas estaduais mineiras adotam o modelo. Uma nona está em implantação. Ao todo, 6.000 alunos são atendidos no Estado. (Veja a lista de escolas abaixo)
"A tradição, a disciplina e o prestígio de uma das instituições mais respeitadas do mundo, agora se une ao trabalho de ensino dos mineiros. Aqui a educação é sempre prioridade", comentou o governador Romeu Zema (Novo) ao anunciar a parceria com o Corpo de Bombeiros.
"Com a continuidade do modelo, a perspectiva é que as tarefas do Corpo de Monitores (do CBMMG) sejam complementares às do Corpo Docente da Secretaria de Estado de Educação nas escolas. Todos farão parte da mesma equipe, liderados pelo diretor escolar, buscando ações conjuntas que possam aprimorar as práticas educativas da escola na formação integral do aluno. As equipes vão atuar fortemente nas dimensões afetiva, social, ética e simbólica, com foco no desenvolvimento humano global", detalhou a Secretaria Estadual da Educação.
Veja a lista de escolas estaduais de Minas Gerais que adotam o modelo cívico-militar:
– Escola Estadual Assis Chateaubriand, em Belo Horizonte;
– Escola Estadual Princesa Isabel, em Belo Horizonte;
– Escola Estadual Padre José Maria de Man, em Contagem;
– Escola Estadual Professora Lígia Maria Magalhães, em Contagem;
– Escola Estadual dos Palmares, em Ibirité;
– Escola Estadual Wenceslau Braz, em Itajubá;
– Escola Estadual Cônego Osvaldo Lustosa, em São João del Rei;
– Escola Estadual Olímpia de Brito, em Três Corações;
– Escola Estadual Governador Bias Fortes, em Santos Dumont, em processo de implementação.
Fim do projeto
O anúncio do fim do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares foi feito pelo MEC (Ministério da Educação), nesta quarta-feira (12). O órgão declarou que as atividades serão suspensas no fim deste ano e pediu a "desmobilização do pessoal das Forças Armadas envolvido em sua implementação e lotado nas unidades educacionais vinculadas ao programa".
O ofício enviado às Secretarias Estaduais da Educação destacou que devem ser adotadas medidas que garantam a conclusão do atual ano letivo dentro da normalidade.
O Ministério da Educação alegou que a decisão partiu de uma avaliação da pasta em conjunto com o Ministério da Defesa. A medida levou em consideração uma nota técnica do secretário substituto de Educação Básica, Alexsandro do Nascimento Santos.
Segundo o texto, a justificativa para a implementação do projeto seria "problemática". "[O projeto] ignora que colégios militares são estruturalmente, funcionalmente, demograficamente e legalmente distintos das escolas públicas regulares", destacou.
O projeto foi criado em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Atualmente, 216 escolas estão em funcionamento em todo o país.