Irmãos suspeitos de assassinar advogado de BH são julgados
Juliano Gomes foi morto em maio de 2020 após avisar a colega que iria contar o que sabia sobre crimes relacionados a ele
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7
Dois irmãos acusados de terem assassinado o advogado Juliano César Gomes a mando de um amigo dele são julgados nesta quinta-feira (29), no Tribunal do Júri de Sete Lagoas, a 70 km de Belo Horizonte.
Jean Fagundes Néris e Júnio Marcos Fagundes Néris são acusados de cometer homicídio triplamente qualificado e roubo. O júri está marcado para começar às 9h30.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, os irmãos aceitaram uma oferta do advogado Thiago Fonseca Carvalho, para assassinar Juliano em troca de uma barra de maconha. O crime foi cometido em maio do ano passado.
Relembre o caso
Juliano César Gomes desapareceu após sair de casa, no bairro Floresta, região Leste de Belo Horizonte, no dia 21 de maio de 2020. Os familiares dele acionaram a polícia para tentar descobrir o seu paradeiro. O carro dele foi encontrado dois dias depois, na zona rural de Funilândia, cidade vizinha a Sete Lagoas.
Já o corpo de Juliano só foi localizado em 8 de junho, depois que os irmãos foram detidos e confessaram o local da desova. Já o suspeito de ser o mandante do crime, o advogado Thiago Fonseca Carvalho só foi preso em novembro, após ficar cinco meses foragido.
Motivação
Segundo a polícia, as investigações apontam que Thiago Fonseca conheceu os executores de César em uma festa, na cidade de Sete Lagoas. Ele não se identificou como advogado e, inicialmente, para se aproximar da dupla, teria oferecido uma barra de 1 kg de maconha para que a dupla vendesse em troca de uma participação no lucro.
A motivação do assassinato seria queima de arquivo. Em 2018, Fonseca foi preso durante a operação Apate. Ele seria o líder de uma quadrilha que movimentou cerca de R$ 150 milhões em um esquema que envolvia lavagem de dinheiro e falsificação de documentos. Juliano César Gomes foi relacionado como testemunha no processo e avisou ao colega que, em juízo, iria contar tudo o que sabia.
Réus
Além dos dois irmãos, Thiago Carvalho também aguarda julgamento. Ainda não há data para o júri, já que ele recorreu da decisãod a Justiça.
Ainda é réu no processo Marcos Antônio Alves Néris, pai dos irmãos apontados como executores. Ele responde por ocultação de cadáver e resistência à prisão.