Promotor acusado de matar esposa pode se tornar réu por feminicídio
Tribunal de Justiça decide, hoje, se aceita denúncia do MP contra André Luís Garcia de Pinho e se mantém prisão preventiva para ele
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais decide, nesta quarta-feira (12), se recebe ou não a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra o promotor André Luís Garcia de Pinho. Ele é acusado de ter assassinado a própria esposa, dentro do apartamento do casal, no início do mês de abril.
A Justiça também decide, na mesma sessão, prevista para começar às 13h30, se o promotor continua em prisão preventiva ou se ganha o direito a responder o processo em prisão domiciliar.
O julgamento será feito pelo Órgão Especial do TJMG, que é presidido pelo chefe do Judiciário mineiro, desembargador Gilson Lemes.
Denúncia
O promotor de Justiça André Luís Garcia de Pinho foi denunciado pelo Ministério Público no dia 30 de abril, pelo crime de feminicídio. As investigações do MP, que levaram à denúncia, apontam que a esposa dele, Lorenza Maria Silva de Pinho, de 41 anos, foi vítima de asfixia por ação contundente e intoxicação.
Ela morreu no apartamento do casal, no bairro Buritis, região Oeste de Belo Horizonte, no dia 2 de abril. Os investigadores não detalharam como a vítima pode ter sido asfixiada, mas explicaram que foram encontradas marcas no pescoço dela que não condizem com as ações de socorro que poderiam ter sido prestadas pelos atendentes da ambulância acionada no dia da morte.
Leia também
Já a intoxicação aconteceu pelo uso de medicamentos em dosagem elevada e alto consumo de bebida alcoólica. A perícia do IML (Instituto Médico Legal) constatou que ela havia ingerido um opioide, medicamento analgésico, em quantidade maior que a indicada pelo médico dela.
De acordo com o Ministério Público, o promotor também teria comprado uma garrafa de cachaça, ingerida pela esposa, como uma estratégia de intoxicar Lorenza.
Prisão
No dia da apresentação da denúncia pelo MP, o órgão ainda pediu a conversão da prisão temporária para preventiva, que não tem prazo para acabar. André Luis está detido em um batalhão do Corpo de Bombeiros desde o dia 4 de abril.
De acordo com a defesa dele, o TJ vai analisar, ainda, a decisão do juiz de plantão do TJMG, no fim de semana passado, que confirmou a conversão em prisão preventiva. O Órgão Especial vai decidir se mantém a decisão ou se André vá para a prisão domiciliar.