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Teste do Citroën C4 Shine Pack 2024: um SUV de alto desempenho, mas com ressalvas

Após cinco anos no mercado, ele ainda mantém seu espaço no portfólio da Stellantis

Autos Carros|Marcos Camargo Jr e Marcos Camargo Jr.

Citroën C4 Shine Pack 2024
Citroën C4 Shine Pack 2024

Em 2018, o Citroën C4 Cactus fez sua estreia alinhando o que a marca oferecia na Europa com a realidade da América do Sul. Com o tempo, estratégias evoluíram e, agora, sob a bandeira da Stellantis, a Citroën busca se posicionar como uma marca de grande alcance.

Com vistas a impulsionar as vendas e preparar o terreno para a chegada do C3 Aircross, o C4 Cactus recebe ajustes específicos na linha 2024. As variantes equipadas com motor 1.6 aspirado competem em termos de preço, enquanto o motor 1.6 turbo THP se destaca pelo desempenho. O R7-Autos Carros analisa de perto a versão Shine Pack do C4 Cactus na linha 2024.

No modelo da linha 2024, o C4 Cactus recebeu ajustes precisos. Destacam-se um novo desenho de rodas e novas molduras na cor laranja nas laterais e nos faróis auxiliares, além de um detalhe adicional no adesivo abaixo do nome "C4" e o novo emblema THP na tampa do porta-malas.

No interior, o C4 Cactus apresenta um novo apoio de braço, uma porta USB adicional e um carregador sem fio refrigerado para celulares. Com 320 litros, o porta-malas é consideravelmente raso na superfície, porém adequado para um carro de sua categoria.


Nova multimídia é maior, mas com ressalvas

A tela multimídia de 10 polegadas complementa o conjunto, sendo a mesma que estreou no C3 há um ano e estará presente no C3 Aircross — equipada com Apple CarPlay e Android Auto, com e sem fio, Bluetooth, câmera de ré, entre outros recursos. Além disso, integra os controles do ar-condicionado e oferece alertas como o de "veículo próximo".


O grande destaque é o motor 1.6 turbo THP, inquestionavelmente o mais ágil e prazeroso de conduzir por um custo mais acessível. Esse propulsor, conhecido há alguns anos, é turboalimentado, flexível e adota injeção direta de combustível.

Com apenas 1.214 kg, oferece 173 cv a 6.000 rpm e um torque de 24,5 kgfm disponível desde meros 1.400 rpm, conferindo ao C4 Cactus um desempenho notavelmente cativante.


A união com a transmissão automática de seis marchas torna o C4 Cactus surpreendentemente ágil para um motor tão potente. No entanto, em conjunto com a sua suspensão suave, demanda atenção em altas velocidades.

Motor 1.6 THP rende até 173 cv e tem relação peso potência de 7 kg/cv
Motor 1.6 THP rende até 173 cv e tem relação peso potência de 7 kg/cv

Em termos de potência, fica aquém do Jeep Renegade, mas, na realidade, acelera como um Fiat Pulse Abarth em linha reta. Contudo, não entrega a mesma dinâmica de um esportivo. Na verdade, embora se proponha a ser um SUV, na prática, tem a essência de um hatch mais alto, o que não diminui seus méritos.

Oferece opções de modos de condução que, na prática, apenas alteram a relação de marchas do câmbio. Alcança velocidades superiores a 200 km/h, um limite que não foi testado, e atinge a marca do 0-100 km/h em empolgantes 8,2 segundos.

Peso da idade

E aqui começam as ressalvas do C4 Cactus Shine Pack THP. Apesar dos 22,4 cm de altura em relação ao solo, sua carroceria remete mais a um carro compacto. Assim, não oferece o mesmo conforto de cabine que você encontraria, por exemplo, no Renegade. Seu teto é mais baixo, mas a direção é confortável.

Por ser um carro na categoria compacta, a cabine apresenta muitos detalhes feitos de plástico, o que é uma característica comum em outros concorrentes, com exceção do Renegade e do Tiggo 5X.

Recentemente, foram incluídos um novo compartimento no apoio de braço e alguns porta-objetos já familiares, porém o porta-luvas é bastante raso. Felizmente, o carregador de celular é inclinado e revestido de material emborrachado.

Banco traseiro agora com conexão para celular com cabo USB
Banco traseiro agora com conexão para celular com cabo USB

A tela multimídia de 10" teve melhorias, não obstruindo a visão do motorista, mas ainda possui seus pontos negativos. Quando o carro se aproxima do veículo à frente, um alerta é acionado, ocultando a navegação se o motorista estiver espelhando o Google Maps ou o Waze.

Além disso, ao fazer qualquer ajuste de temperatura, o mapa também desaparece, o que pode ser incômodo. Durante os dez dias de teste, observamos a necessidade de parear o celular, que já estava previamente conectado, várias vezes.

Apesar de sentir os efeitos do tempo, o C4 Cactus Shine Pack ainda se destaca, especialmente em termos de desempenho. Uma vantagem é que somente essa versão oferece seis airbags e alertas de saída de faixa e de frenagem, exibidos nas telas.

Não possui controle de cruzeiro adaptativo, presente em alguns concorrentes, e ainda falta um sensor de ré, sendo substituído apenas pela câmera que ocupa parte da tela da multimídia. Uma versão de câmera ligeiramente melhor possibilitaria uma visão mais abrangente.

Entretanto, é preciso reconhecer que, embora muitos SUVs compactos estejam na mesma faixa de preço do C4 Cactus, a entrega de potência do carro é o seu maior trunfo. Leve, ágil e relativamente econômico (alcançamos 10,7 km/l na cidade e 12 km/l na estrada com gasolina, e depois 8,7 km/l na cidade com etanol), o C4 Cactus Shine Pack é projetado para quem valoriza desempenho em vez de uma extensa lista de itens de série, especialmente de segurança ativa.

Versão topo de linha custa R$ 129,9 mil
Versão topo de linha custa R$ 129,9 mil

O Citroën C4 Cactus Shine Pack é oferecido por R$ 129,9 mil, sendo a versão mais cara do crossover compacto. Com esse investimento, é possível adquirir um Chevrolet Tracker, Nissan Kicks, Volkswagen T-Cross e vários outros modelos concorrentes. No entanto, nenhum deles oferece os 173 cv em cima de uma estrutura tão leve quanto a do Citroën.

Para entusiastas de desempenho, testar esses modelos pode ser uma experiência interessante, pois o C4 Cactus permanecerá em produção por mais algum tempo, ocupando um lugar estratégico na linha da marca, mesmo com a presença do C3 Aircross.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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