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Restauração de carro antigo requer cuidado e referências: veja

Oficina recomenda pesquisa, jateamento de carroceria e até teste de pintura antes de concluir o trabalho: veja o procedimento 

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Carros antigos reproduzem detalhes de época mas cuidado é fundamental ao restaurar
Carros antigos reproduzem detalhes de época mas cuidado é fundamental ao restaurar

Há centenas de milhares veículos com mais de 30 anos rodando pelo país mas poucos podem ser considerados "clássicos", seja pela placa preta (que atesta, no mínimo 80% de originalidade), seja pelo bom estado geral do veículo. Mesmo sem essa estatística precisa, ter um carro antigo na garagem não é para todo mundo. 

Carros antigos: movimento que cresce a cada ano no país como nos eventos do Auto Show
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Manutenção, fornecimento de peças, detalhes originais são cuidados que rondam a cabeça dos colecionadores. Na hora de restaurar então, as dúvidas se avolumam. Por isso o R7 Autos Carros traz aqui um passo a passo divulgado pela oficina A.M.Marcelo, localizada na zona norte da capital paulista e que há 50 anos recupera carros antigos que já foram premiados no Brasil e até fora do país em concursos de elegância internacionais.

Veja como restaurar um carro antigo ou como acompanhar melhor esse trabalho caso o seu já esteja em uma oficina:

Referência precisa: os especialistas afirmam que informação precisa é a primeira dica. Catálogos oficiais da marca, manuais e reportagens de época ajudam a compor as referências antes de iniciar a restauração. “É preciso ter cuidado com o ano, modelo e versão do carro para evitar erros, o que poderia levar a uma desvalorização do veículo”, explica Matteo Petriccione Jr, da oficina A.M.Marcelo.


Guarde todas as peças: ao restaurar um clássico se aproveita a maior parte das peças. Itens de desgaste natural como abraçadeiras, mangueiras e presilhas são trocados. Mesmo as peças que não podem ser reaproveitadas devem ser guardadas em um primeiro momento até pata referência futura.

Para uma restauração digna de um concurso de elegância o cuidado deve ser maior até mesmo nestes itens de desgaste natural, pois contarão pontos na avaliação final. Itens como selos, borrachas com inscrição em relevo do fabricante, lacres e até adesivos de época originais contam pontos.


Interior de uma Mercedes-Benz 280 SL com interior vermelho restaurada na oficina A.M.Marcelo
Interior de uma Mercedes-Benz 280 SL com interior vermelho restaurada na oficina A.M.Marcelo

Decapagem da pintura e carroceria: a restauração padrão inclui a decapagem que deve ser feita com hidrojateamento. Nesse processo todas as camadas de tinta, massa e até antigos reparos são removidos. Esse processo é minucioso até chegar à lataria, que é quando o real estado do carro será revelado. “Esse processo costuma levar alguns dias e exige cuidado mas também é a hora da verdade onde massa, ferrugem e camadas de tinta serão reveladas”, explica o especialista.

Processo de funilaria após a decupagem da carroceria de uma Mercedes 280 SL Pagoda
Processo de funilaria após a decupagem da carroceria de uma Mercedes 280 SL Pagoda

Sem ferrugem: com o carro já decapado é aplicado um produto específico para que a ferrugem não se espalhe. Na substituição das chapas, no uso de gabaritos já existentes ou fabricados na hora, é preciso ter atenção com os vincos, medida de peças, suas dimensões exatas e o alinhamento dos painéis, que aliás é um critério de muito valor na avaliação de jurados em prêmios internacionais.


Com o carroceria pronta é feita a preparação de pintura, onde são conferidos os alinhamentos finais até a pintura definitiva. Carros mais antigos com processo de produção ainda artesanal requerem mais cuidado.

Processo de decupagem para remoção de todas as camadas de pintura e proteção
Processo de decupagem para remoção de todas as camadas de pintura e proteção

Pintura: além da cabine de pintura e do devido isolamento que é um procedimento padrão, há dois caminhos diferentes para pintar um veículo explica Petriccione. “Um onde o cliente busca por reviver a originalidade dos tons de seu automóvel como saiu de fábrica o que antecipa um pouco o processo pois nos baseamos pelos códigos originais que é reproduzido pelo banco de dados da montadora e do fabricante fornecedor dos pigmentos; no segundo processo que é um pouco mais demorado mas muitas vezes mais satisfatório, o cliente tem desejo por fazer algo do seu jeito combinado uma cor mais moderna e ou inusitada para época tanto externo como interno do seu brinquedo. Nesse processo fazemos algumas amostras da pintura feita o que é examinado pelo cliente”, detalha.

Ford Thunderbird de 1960: padrão antigo de pintura é a busca de muitos colecionadores
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"Por fim vem o processo de pintura que leva menos tempo mas requer cuidado com as camadas aplicadas e verificar possíveis correções antes do pré acabamento. Esse estágio leva mais algumas semanas para termos certeza da qualidade a ser entregue", diz Petriccione.

Carros alinhados em oficina: padrão de montagem é seguido à risca em processo de restauração
Carros alinhados em oficina: padrão de montagem é seguido à risca em processo de restauração

Montagem: Por fim a carroceria segue para a montagem das peças que é tão importante quanto as demais etapas e é feita com extremo cuidado. A forma de fixação, os itens usados nesse processo (portas e parafusos, contraporcas e presilhas, tudo deve seguir o padrão da época).

Instalação de motor em um clássico da linha Triumph dos anos 1960
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Testes finais antes da entrega: Após a montagem começa a fase de testes e finos ajustes da parte mecânica. Peças originais sempre valem mais do que atualizações por itens mais modernos. “É comum a atualização de um platinado para ignição eletrônica, um tipo de bobina por outra, velas entre outros itens que geralmente o dono opta por trocar caso queira rodar mais com o carro. É questão de escolha pois para um carro ser premiado em concurso sem dúvida manter a originalidade é o melhor caminho”, finaliza.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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