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Fiscal do Clima

Veja as propostas de Ricardo Nunes e Guilherme Boulos para enfrentar a crise climática em São Paulo

Avalie o que cada candidato propõe sobre o tema na reta final das urnas

Fiscal do Clima|Luiza ZanchettaOpens in new window

Guilherme Boulos e Ricardo Nunes, candidatos à prefeitura de São Paulo ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO — 14.10.2024

Bom seria se fosse conhecida apenas como a terra da garoa… Já faz algum tempo que a paisagem urbana da capital paulista deixou de ser inspiradora. No verão, as corriqueiras e preocupantes enchentes. Quando não chove demais, São Paulo é assolada por períodos de estiagem, verdadeira inimiga da saúde. Além de agravar problemas respiratórios, retém gases poluentes suspensos no ar por mais tempo.

São Paulo dos apagões? Eis aí mais um desafio para as próximas gestões públicas. E se depender da crise climática que vivemos, poderemos enfrentar dias ainda mais nebulosos. Por isso, nessa reta final do segundo turno, é prudente avaliar as propostas de cada candidato a prefeito.

Quem estaria mais preparado para mitigar as mudanças climáticas e disposto a investir em meios para reduzir as emissões de carbono pelo transporte público, por exemplo?

Você, caro eleitor, vai conferir abaixo, o que cada candidato enviou como resposta ao Blog Fiscal do Clima:


Candidato Ricardo Nunes (MDB)

Resposta: Uma das principais ações em andamento é a declaração de 32 áreas verdes particulares como de utilidade pública (DUP), o equivalente à cidade de Paris, com isso passaremos de 15% para 26% de área de proteção na cidade. São Paulo tem uma Secretaria de Mudanças Climáticas, que aglutina ações e programas para o enfrentamento dos extremos climáticos com um Orçamento do Clima, que totaliza R$ 16 bilhões.

Até o final de 2026, todos os caminhões que fazem coleta de lixo, hoje movidos a diesel, serão substituídos por modelos a gás metano, não poluentes e provenientes dos aterros sanitários. Na próxima gestão, faremos a aquisição de 2.600 ônibus elétricos. Na proteção à vida, vamos retirar as cerca de 14 mil famílias que vivem nas áreas de risco altíssima – as chamadas R4.


Candidato Guilherme Boulos (Psol)

Resposta: O governo Boulos e Marta terá o mais ousado programa de sustentabilidade da história da capital paulista, atuando tanto na mitigação quanto na adaptação às mudanças climáticas.

Entre as ações estruturais, vamos atualizar o Plano Diretor de Drenagem, criar 200 km de corredores verdes e implantar todos os parques previstos no Plano Diretor Estratégico (PDE), além de avançar significativamente na coleta seletiva de lixo, reciclagem de materiais e compostagem de orgânicos.


Na renovação do contrato de coleta de lixo, nosso governo vai dialogar com cooperativas de catadores e aumentar a reciclagem; hoje a coleta seletiva não cobre quase um quarto das ruas da cidade e apenas 20% dos resíduos orgânicos de feiras livres e podas são destinados à compostagem.

Vamos descarbonizar 50% da frota de ônibus da capital, adotando veículos elétricos ou híbridos. Faremos isso com apoio e financiamento do governo federal, via PAC.

Também vamos privilegiar a energia limpa para os veículos que atendem à prefeitura e estimular a eletrificação de frotas de aplicativo e carros particulares, por meio de benefícios tributários, por exemplo, já previstos na lei de 2014 que criou a Política Municipal de Incentivo ao Uso de Carros Elétricos ou movidos a Hidrogênio.

Outras ações com impacto na qualidade do ar são, por exemplo, a adoção de um grande plano de arborização em parceria com a sociedade, visando sobretudo áreas com menor cobertura verde e ilhas de calor.

Na frente de prevenção, gestão de riscos e prontidão para emergências, vamos aprimorar o manejo dessas árvores, adotando podas preventivas e utilizando tecnologia para monitorar a saúde arbórea, diminuindo transtornos em caso de eventos extremos.

Em parceria com universidades ou plataformas como o Google, é possível analisar dados colhidos por chips aplicados nos troncos (como já faz a USP) ou analisando as copas das árvores. E precisamos avançar, claro, no enterramento dos fios, reduzindo os transtornos de corte de energia.

Em diálogo direto com as comunidades, vamos criar Centros de Referência de Proteção e Defesa Civil para a gestão permanente de riscos, além de aprovar um novo Plano Municipal de Redução de Riscos.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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