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Blog do Heródoto

A velha tradição soviética

Heródoto Barbeiro|Do R7


Os tanques fazem parte da história militar da Rússia
Os tanques fazem parte da história militar da Rússia

Os tanques fazem parte da história militar da Rússia. Foram eles que iniciaram a vitória sobre as forças nazistas que invadiram a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1939, Hitler e Stalin assinaram um pacto de não agressão, que culminou com a divisão da Polônia entre os lobos. E deu tempo para que os soviéticos transferissem para o interior do país as suas fábricas de armamentos, entre elas as fabricantes dos tanques. Eles são a glória do Exército soviético, e quem acompanha alguns sites russos sabe que eles sempre aparecem em manobras e com uma carrada de elogios à sua eficiência, velocidade, poder de fogo e preço. Não se deve esquecer que a indústria bélica local é uma das maiores vendedoras de armas do mundo. Pergunte a um traficante no morro do Rio de Janeiro.

Essas armas que ajudaram a derrotar os nazistas se tornaram uma ameaça aos países acomodados atrás do que Churchill chamou de Cortina de Ferro. Eram sempre ameaçadoras, tanto para repelir qualquer ataque de potências ocidentais como para reprimir qualquer ameaça de alguma nação esboçar uma rebelião ao chamado Pacto de Varsóvia, a Otan soviética. A Hungria experimentou a ação dos tanques quando, em 1956, tentou um governo liberal. Os tanques chegaram a Budapeste, foram recebidos com bombas molotov e fios de aço nos postes, e com suas lagartas descomunais massacraram os húngaros. Muitos fugiram para o Brasil.

A ameaça dos tanques não foi suficiente para impedir que a antiga Tchecoslováquia, em 1968, ousasse eleger um governo de tendências liberais e de afastamento da URSS. A Primavera de Praga, em 1968, terminou com a chegada dos monstros de ação e ferro.

A Rússia mudou, mas seu militarismo não. Continua soviético. Prova disso é que os velhos novos tanques de guerra chegaram a Kyiv. A cena de um tanque esmagando um carro, com uma só motorista, vai para o Oscar dos horrores, ao lado do tanque que desviou de um único manifestante na praça da Paz Celestial, em Beijing.

Heródoto Barbeiro é jornalista do R7, Record News e Nova Brasil FM

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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