Cardápio digital evita emissão de toneladas de CO₂
Ao substituir cardápios físicos por soluções digitais, a tecnologia reduz consumo de papel e plástico

Alguns restaurantes do país deixaram de ter os cardápios tradicionais e passaram a usar tablets. Essa tecnologia não só contribui para a sustentabilidade ambiental, mas também otimiza a gestão do negócio e reduz desperdícios.
Em entrevista, Isaac Paes, executivo da Goomer, detalha como esses avanços estão transformando o setor de food service no Brasil.

Mundo Agro: A Goomer evitou mais de 14 toneladas de CO2 com o uso de tablets. Como vocês calculam esse impacto ambiental?
Isaac Paes: O cálculo do impacto ambiental é feito a partir da quantidade de papel que os restaurantes deixam de consumir ao substituir cardápios impressos por cardápios digitais nos tablets da Goomer. A metodologia é baseada em dados médios de nossos clientes:
Cada restaurante utilizava, em média, 30 cardápios físicos por ano, considerando 3 cardápios por mesa e 10 mesas.
Esses cardápios eram impressos anualmente, com uma média de 10 páginas cada, muitas vezes em papel plastificado (não reciclável).
Ao longo de 3,5 anos (tempo médio de contrato), com 2.250 restaurantes ativos, evitamos a impressão de mais de 2,3 milhões de páginas A4.
A partir disso, utilizamos uma fonte padrão do setor ambiental, que estima que cada 1.000 folhas A4 geram 6 kg de CO₂ na produção, além de consumir 200 litros de água e 7,5 kWh de energia. Com esses parâmetros, chegamos ao seguinte impacto evitado:
Mais de 14 toneladas de CO₂ não emitidos.
Mais de 472 mil litros de água economizados.
Cerca de 17.700 kWh de energia poupada (equivalente ao consumo médio de 10 residências por um ano).
Além disso, se considerarmos que parte dos cardápios era plastificada, evitamos também cerca de 3,5 toneladas de plástico no meio ambiente.
Mundo Agro: Quais práticas sustentáveis estão por trás da escolha de tablets em vez de cardápios físicos ou outras tecnologias?
Isaac Paes: A escolha pelos tablets como cardápio digital elimina a necessidade de imprimir cardápios, muitos deles plastificados e não recicláveis, reduzindo o consumo de papel, plástico e a geração de resíduos. Além disso, evita as emissões de CO2 e o uso de recursos como água e energia, que seriam gastos na produção, transporte e descarte dos materiais físicos. E no caso da Goomer, ainda há o benefício de atualizações instantâneas no cardápio via painel online, o que reduz drasticamente a necessidade de reimpressões mesmo em ajustes pontuais — algo que gerava resíduos em ciclos muito curtos.
Mundo Agro: Além da economia de recursos naturais como água e energia, quais outros benefícios sustentáveis os totens e tablets oferecem ao setor de food service?
Isaac Paes: Eles também diminuem o desperdício de alimentos, já que permitem ajustes instantâneos no cardápio, facilitando a gestão de estoque e evitando a venda de itens indisponíveis. Outro benefício é a durabilidade dos equipamentos, que podem ser reutilizados por vários anos, reduzindo a geração de resíduos eletrônicos quando comparados a soluções de curto prazo. Esses dispositivos ainda promovem um ambiente mais limpo, sem papel descartado nas mesas, e apoiam práticas ESG, tornando os negócios mais alinhados às exigências de consumidores e investidores atentos à sustentabilidade. Além disso, os dados coletados por esses dispositivos ajudam restaurantes a tomarem decisões mais assertivas, reduzindo desperdícios em toda a cadeia — do estoque à operação, o que é essencial para a sustentabilidade econômica e ambiental do food service.
Mundo Agro: O quanto esses números — como os 472 mil litros de água poupados e 3,5 toneladas de plástico evitadas — influenciam a decisão de restaurantes que buscam soluções mais verdes?
Isaac Paes: Esses números têm um peso significativo na decisão de restaurantes que buscam soluções mais sustentáveis. Em um cenário onde consumidores estão cada vez mais atentos às práticas ambientais das empresas que frequentam, adotar tecnologias que comprovadamente geram impacto positivo se torna um diferencial competitivo. Quando um restaurante percebe que, além de otimizar sua operação, pode evitar o consumo de 472 mil litros de água e mais de 3,5 toneladas de plástico, essa escolha deixa de ser apenas uma questão de eficiência e se transforma em um compromisso ambiental claro. Isso fortalece sua reputação, melhora sua imagem perante clientes, atrai um público mais consciente e, muitas vezes, também abre portas para benefícios fiscais, certificações de sustentabilidade e parcerias com marcas que valorizam critérios ESG. Essa decisão vai além do marketing: ela se conecta com um consumidor mais exigente, com fornecedores que priorizam boas práticas e com um ecossistema que cada vez mais premia empresas responsáveis. Os números tangíveis — como água, plástico e CO₂ evitados — facilitam a comunicação desses valores de forma concreta.
Mundo Agro: Vocês apresentam na Fispal as novas versões do Tablet e Mini Totem 2.0. O que mudou em relação à versão anterior?
Isaac Paes: As novas versões do Tablet e do Mini Totem 2.0 foram redesenhadas para oferecer uma experiência mais intuitiva, rápida e integrada. No caso do Tablet, há melhorias no layout da interface, velocidade de resposta e muitos novos recursos como o pizza multi sabores, tags de informações e o chamar garçom inteligente. Já o Mini Totem 2.0 passou por uma revisão completa de ergonomia, com tela maior, fluxo de compra otimizado e integração com novos sistemas de pagamento. Além disso, ambos agora são pensados como hubs de mídia e relacionamento, podendo futuramente exibir campanhas personalizadas e informações do cliente, alinhando usabilidade e inteligência comercial. Há novas integrações também com CRM’s e pesquisas inteligentes.
Mundo Agro: O Mini Totem com hardware Clover representa um marco. Como surgiu essa parceria e o que diferencia esse modelo dos demais no mercado?
Isaac Paes: A parceria com a Clover surgiu de uma busca estratégica por um hardware mais robusto, confiável e já integrado com soluções de pagamento. A Clover desembarcou recentemente no Brasil e fomos o primeiro parceiro homologado por eles com solução de autoatendimento.
O modelo atual entrega uma experiência de autoatendimento fluida, com design compacto, processamento veloz com pagamento e impressão embutidos no mesmo equipamento, chamado de “Mini Clover”, que é o mesmo equipamento usado nos parques da Disney. Além disso, a presença da Clover reforça a confiabilidade do produto no mercado e permite que a Goomer concentre seu foco na experiência e no software, oferecendo um equipamento que orna com a arquitetura dos balcões. É um avanço em performance, segurança e escalabilidade.
Mundo Agro: Por que a Goomer decidiu relançar o Totem Vertical? Que tipo de demanda vocês identificaram para justificar esse retorno?
Isaac Paes: O relançamento do Totem Vertical vem ao encontro de uma demanda crescente do mid-market e de redes/franquias por soluções que aumentem a autonomia do cliente e desafoguem o balcão, especialmente em horários de pico. Após a pandemia, o fluxo no salão voltou com força e, com ele, os gargalos operacionais. O Totem Vertical resolve esse problema oferecendo um ponto de autoatendimento que reduz filas, melhora a experiência do cliente e eleva o ticket médio. O retorno dessa solução está alinhado com a estratégia da Goomer de crescer no atendimento in-store com produtos de alto valor percebido.
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