Segredos do San Marzano: um tomate com Selo DOP
Uma ítalo-brasileira desvenda a história do San Marzano e o que ele tem de diferente dos cultivados no Brasil

O tomate está presente em nossas refeições diariamente. Versátil, ele aparece como coadjuvante em uma salada, como prato principal e até mesmo em sobremesas. Mas o San Marzano é um verdadeiro símbolo da culinária italiana. O tomate é, botanicamente, uma fruta, e essa espécie foi trazida das Américas no século XVI para Nápoles, no sul da Itália. Ele se adaptou bem ao clima quente e úmido, além do solo vulcânico do Vesúvio, rico em minerais.
O San Marzano é mais alongado, tem uma textura firme, polpa grossa, baixa acidez e um sabor sem igual.
O primeiro espaguete com molho de tomate teria sido napolitano e feito em 1839. Todo o cultivo e processamento do San Marzano é realizado na Itália.
A convite do projeto Meu Tomatì, da Organizzazione Interprofessionale (OI) Pomodoro da Industria Bacino Centro Sud Italia, financiado pela União Europeia e com apoio da Italcam SP (Câmara de Comércio Italiana de São Paulo), estive em uma das fazendas que cultivam esse alimento e em duas indústrias que processam e exportam para o mundo inteiro, incluindo o Brasil.
O projeto é uma campanha de promoção de tomates italianos de qualidade.

A safra vai de julho a setembro, e a colheita é totalmente mecanizada. O mais interessante é que a terra só receberá novas sementes de tomate após 3 anos, para que o solo se recomponha com minerais. Durante esse período, o produtor planta alcachofra ou berinjela.
Da colheitadeira para os caminhões e, em seguida, para as fábricas de processamento. São 43 milhões de toneladas de tomate transformadas por ano.

A exportação para o Brasil começou há 20 anos. Encontramos produtos nas prateleiras de grandes varejistas, como passata ou pelati.

50% do que é produzido é exportado. O Brasil é um mercado estratégico, com cerca de 30 milhões de descendentes italianos.
O produto enlatado teve uma expansão de 25% no volume de vendas no Brasil em 2023, e a expectativa para 2024 é de que esse número tenha sido ainda maior, acredita Guglielmo Vaccaro, presidente da OI Pomodoro.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o Brasil importou US$ 31,5 milhões em tomates preparados ou conservados italianos em 2023 (25 mil toneladas).
Durante toda a expedição do projeto, experimentamos diversos pratos feitos com tomate. Degustamos uma pizza napolitana chamada Montanara Fritta, uma massa de pizza frita com o molho do tomate Piennolo del Vesuvio DOP, cultivado especificamente nas encostas do vulcão.
No segundo ano do projeto, com apoio da Câmara de Comércio Italiana de São Paulo, o San Marzano integra uma lista de produtos cultivados que recebem o selo DOP (Denominação de Origem Protegida).
Conhecer de perto toda essa cadeia de produção do tomate italiano foi uma experiência única.
Do campo até o envasamento, há um zelo com o alimento e práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança).
A frase “Esse tomate é cultura, vida e amor” resume perfeitamente o final dessa expedição espetacular, marcando a estreia do blog Mundo Agro por Fabi Gennarini.
Que o Brasil possa seguir o exemplo desse amor com os seus alimentos, para avançar ainda mais no mercado externo.
Confira abaixo vídeo dessa expedição de conhecimento!
E já me segue no @mundoagro_por_fabigennarini