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Índice que reajusta contrato de aluguel deve fechar o ano em 20%

Queda de 0,64% no IGP-M em setembro foi pontual e influenciada pela desvalorização do minério de ferro, que deve se recuperar

Renda Extra|Márcia Rodrigues, do R7

Donos de imóveis e inquilinos devem manter negociação de valor do aluguel
Donos de imóveis e inquilinos devem manter negociação de valor do aluguel Donos de imóveis e inquilinos devem manter negociação de valor do aluguel

O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), indicador utilizado para reajustar os contratos de aluguel, caiu 0,64% no mês de setembro, de acordo com a FGV (Fundação Getulio Vargas).

A pequena queda, no entanto, não deve permanecer nos próximos meses e a previsão é que o índice feche o ano em torno de 20%.

A variação negativa do IGP-M em setembro foi pontual, e não generalizada, de acordo com o economista André Braz, coordenador do IPC do FGV IBRE.

A queda foi influenciada pelo preço da commodity minério de ferro%2C que nos últimos dias caiu cerca de 20%. É uma mercadoria que tem um peso muito grande no IPA%2C o índice carro-chefe do IGP-M%2C e por não ser um recuo generalizado%2C não deve ficar num terreno negativo por muitos meses.

(André Braz)

Para o economista, o motivo é simples: já há um sinal de recuperação do preço no mercado internacional do minério de ferro. "Em outubro, o IPA já deve registrar alguma alta, devolvendo parte dessa queda."

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Braz pontua que, apesar de não ser uma tendência de queda, o IGP-M deve continuar desalecerando "porque no ano passado nós tivemos uma desvalorização cambial e aumento de comodities muito mais forte do que o registrado agora".

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"Nós vamos substituir um ano de inflação de peso por um ano de inflação mais baixa. A previsão é que o IGP-M feche em torno de 20%, o que continua alto se considerarmos que o IPC, que é parecido com o IPCA do IBGE, pode terminar o ano a 9%. Então haverá uma diferença muito grande entre a inflação da indústria e agronegócio e a das famílias."

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Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), também acredita que a queda do IGP-M em setembro foi pontual.

Ainda há muita pressão do câmbio e de outras economias. A queda aconteceu porque%2C de um lado%2C estamos prevendo um crescimento menor no mundo%2C e commodities como minério de ferro caíram de preço por conta disso%2C mas energia e combustível continuarão impactando na alta do indicador.

(Miguel de Oliveira)

Assim como Braz, Oliveira estima que no curto prazo o IGP-M não deve cair.

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Donos de imóveis e inquilinos continuarão negociando reajuste

Braz acredita que o IGP-M deve ser desvinculado cada vez mais como índice de reajuste dos contratos de aluguel e dar espaço ao IPCA.

"Atualmente, em razão do desemprego, os proprietários estão optando por utilizar o IPCA para reajustar seus contratos. A tendência é que o mercado imobiliário comece a optar por correções mais modestas, para não ficar com o imóvel vazio", afirma o economista.

Mais de 60% dos acordos de locação firmados desde novembro de 2020 na Quinto Andar, startup de tecnologia que aluga e vende imóveis residenciais, têm como correção o IPCA.

"Quando começou a série de altas do IGP-M, sentamos com inquilinos e proprietários para intermediar a negociação, mostrando que o descolamento do indicador com o comportamento da inflação oficial não seria bom para a relação deles", diz José Osse, head de comunicação do Quinto Andar.

Atualmente a Quinto Andar tem 120 mil contratos vigentes — entre velhos e novos —, tendo o IPCA como indexador. Por mês, quase 11 mil acordos são fechados pela companhia com o mesmo indicador.

O Grupo Lello, administradora de condomínios e imóveis, também vem utilizando o IPCA como indexador dos contratos de aluguel desde janeiro deste ano.

Moira Toledo, diretora de risco e governança, diz que ao propor a alteração a companhia só teve retorno positivo de ambas as partes.

Segundo levantamento feito pela Lello, entre outubro de 2020 e julho deste ano:

• 30,64% dos contratos de aluguel não foram reajustados;

• 31,67% dos acordos foram corrigidos pelo IPCA;

• 29,91% optaram por um reajuste alternativo entre IPCA e IGPM; e

• 7,95% optaram pelo reajuste integral pelo IGP-M.

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