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Julgamento de Vítor Belarmino começa com lágrimas, revolta e negativas

Viúva de Fábio Toshiro fez desabafo emocionante e isentou motoboy de culpa no atropelamento

Rio de Janeiro|Raian Cardoso, da RECORD

Viúva se emocionou durante julgamento Raian Cardoso/ RECORD

A primeira audiência do julgamento do influenciador Vítor Vieira Belarmino, acusado do atropelamento que matou o fisioterapeuta Fábio Toshiro, foi marcada por momentos de forte emoção, especialmente durante o depoimento da viúva Bruna Villarinho.

Também houve embates entre o advogado de defesa, Gabriel Habib, e a promotora de Justiça Flávia Maria de Moura, responsável pela acusação.

Um dos principais pontos de divergência foi o pedido do Ministério Público para que fossem ouvidas todas as jovens que estavam no carro com Vítor Belarmino na noite do atropelamento.

A defesa se opôs e solicitou somente o depoimento de Amanda Camargo e Silva, que também estava no veículo.


Oito testemunhas foram ouvidas

A audiência começou às 13h30 desta sexta (11), no 1º Tribunal do Júri do TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), e foi presidida pela juíza titular Alessandra da Rocha Lima Roidis. Oito testemunhas arroladas pela acusação foram ouvidas.

Também estavam previstas as oitivas de peritos da Polícia Civil e de Amanda Camargo, que mantinha um relacionamento amoroso com Vítor Belarmino. No entanto, apenas um perito compareceu, os outros três estavam de férias.


Diante disso, a magistrada decidiu remarcar os depoimentos restantes para uma segunda audiência, a fim de ouvi-los em conjunto. Uma nova audiência foi marcada para o dia 9 de maio, às 13h.

Para viúva, motoboy não teve envolvimento no atropelamento

Fabio foi atropelado após o casamento RECORD

A primeira a depor foi Bruna Villarinho. Questionada pelo Ministério Público, ela relatou detalhes sobre a noite do casamento, a festa, o relacionamento com Toshiro e o momento do atropelamento.


Segundo Bruna, o casal evitou o consumo excessivo de álcool para aproveitar plenamente a celebração e a lua de mel. Eles foram levados ao hotel por um amigo e, após deixarem os pertences no quarto, decidiram caminhar até a praia para agradecer pela noite que tiveram.

“Nós estávamos muito felizes. Saímos do hotel, olhamos para os lados e não vimos nenhum carro. Então, decidimos atravessar. Quando percebi, vi apenas um vulto branco passando. Depois disso, não vi mais o Toshiro”, contou Bruna.

Ela acrescentou que o motoboy que passou por eles não teve qualquer envolvimento no acidente. “Ele não buzinou, não gritou e nem encostou em nós”, afirmou.

O depoimento durou cerca de 30 minutos e não foi questionado pela defesa nem pela juíza.

Depoimento de motoboy foi um dos mais aguardados

Audiência ocorreu na 1ª Vara Criminal do TJRJ Raian Cardoso/ RECORD

Em seguida, o delegado Rodrigo Barros, responsável pela investigação, prestou depoimento. Sua oitiva foi a mais longa da audiência, durando cerca de uma hora.

Ele respondeu a perguntas tanto da acusação quanto da defesa, detalhando os pedidos de perícia e informando que a interferência do motoboy foi descartada durante o inquérito.

Disse ainda que tentou localizar Vítor em diversas ocasiões, mas sem sucesso.

O terceiro depoimento foi do policial militar Carlos Eduardo Fernandes de Aguiar. Sua fala foi breve, durando cerca de dez minutos, mas chamou a atenção o fato dele estar algemado durante toda a oitiva. Apuramos no local que ele está preso, razão pela qual foi escoltado e permaneceu com as algemas.

Na sequência, duas testemunhas que moram nas proximidades do hotel também foram ouvidas.

Um dos depoimentos mais aguardados foi o do motoboy Francisco Vicente Júnior, o sexto a ser ouvido. Ele falou por cerca de 30 minutos, respondendo a perguntas da promotoria e da defesa.

Francisco relatou que trafegava pela avenida Lúcio Costa em direção a uma entrega, a aproximadamente 50 km/h, quando avistou o casal atravessando a rua.

Ele afirmou que os dois não olharam para os lados, e por isso optou por não buzinar nem fazer manobras bruscas, com receio de assustá-los.

“Passei por eles e, em frações de segundos, ouvi um barulho alto. Olhei para trás e vi o rapaz caído, sangrando. O carro havia parado mais à frente. Voltei e avisei à mulher que iria atrás do veículo para tentar anotar a placa”, relatou.

Francisco disse ainda que não conseguiu localizar o carro e retornou ao local do acidente. Questionado pela defesa de Vítor Belarmino sobre o motivo de ter ficado a todo momento no local do acidente e ter comparecido à delegacia cinco horas após o atropelamento, ele respondeu que permaneceu por perto o tempo todo porque queria ajudar.

Após seu depoimento, um funcionário do hotel e uma outra testemunha, que prestou socorro à vítima, também foram ouvidos.

Juíza negou pedido para réu ser ouvido por videoconferência

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Ao final da audiência, a defesa de Vítor Belarmino solicitou que ele fosse ouvido por videoconferência. O pedido foi negado pela juíza Alessandra da Rocha, que argumentou que esse tipo de oitiva só é permitido em casos excepcionais, como réus presos ou já qualificados em juízo.

Na decisão, a magistrada afirmou que acolher o pedido equivaleria a permitir que o réu se esquivasse da aplicação da lei penal.

Vítor Belarmino está foragido desde a noite do atropelamento, ocorrido em 13 de julho do ano passado.

Recentemente, ele se pronunciou pela primeira vez em entrevista exclusiva à RECORD Rio, na qual respondeu sobre os motivos que o levaram a não comparecer à delegacia, porque não prestou socorro a Fábio Toshiro e se pretende se apresentar à Justiça.

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