As investigações sobre a morte da torcedora palmeirense Gabriela Anelli, de 23 anos, tiveram uma prisão revogada, mudança de delegacia e um novo suspeito detido. Veja abaixo a cronologia completa dos fatos. Na última grande atualização do caso, o delegado Antônio Carlos Desgualdo, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), afirmou que a tecnologia ajudou a perícia a identificar o momento em que uma garrafa de vidro atingiu o tapume que separava as torcidas do Flamengo e do Palmeiras, na confusão em volta do Allianz Parque, na zona oeste de São Paulo, em 8 de julho. Os estilhaços da garrafa atingiram o pescoço de Gabriela Anelli, torcedora palmeirense que estava no local. Ela morreu dias depois. • Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram • No sábado, 8 de julho, antes da partida entre Palmeiras e Flamengo, torcedores das duas equipes se desentenderam no acesso de visitantes ao Allianz Parque, na rua Padre Antonio Tomás, zona oeste da capital paulista; • Objetos foram atirados entre as torcidas. Entre eles, uma garrafa de vidro, que se quebrou. Um dos estilhaços do objeto atingiu o pescoço da torcedora palmeirense Gabriela Anelli, que morreu na segunda-feira (10) em decorrência dos ferimentos; • No próprio sábado (8), a polícia prendeu em flagrante Leonardo Felipe Xavier Santiago, torcedor do Flamengo, de 26 anos; • Leonardo foi apontado pelo delegado César Saad, do Drade (Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva), como o principal suspeito de ter jogado a garrafa de vidro que acabou tirando a vida de Gabriela; • Em um primeiro momento, o delegado disse que Leonardo teria confessado o arremesso da garrafa. No registro do boletim de ocorrência, entretanto, não consta essa informação. Leonardo diz que atirou pedras de gelo contra os torcedores do Palmeiras; • César Saad, então, afirmou que a confissão foi feita de maneira informal e que dois palmeirenses teriam identificado o flamenguista como autor do crime. Com base nessas provas testemunhais, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva; • Na terça-feira (11), o corpo de Gabriela Anelli foi enterrado em Embu das Artes. Os pais da garota afirmaram que ela era amada por todos e cobraram justiça; • Nos dias seguintes ao incidente, imagens gravadas pela imprensa, moradores da região e torcedores foram divulgadas e mostram outros ângulos do que aconteceu. Nelas, é possível ver um homem de barba e camiseta cinza atirando uma garrafa de vidro em direção aos torcedores do Palmeiras, diferente da fisionomia de Leonardo Santiago, que não estava de barba e usava uma camisa do Flamengo; • Na quarta-feira (12), o MPSP (Ministério Público de São Paulo) se manifestou sobre o caso. O órgão disse que não encontrou provas suficientes para manter o flamenguista preso e pediu sua soltura; • Os advogados do investigado, Thiago Huber e Renan Bohus, também se pronunciaram e reforçaram que Leonardo jogou somente pedras de gelo contra a torcida rival. Segundo a defesa, nenhuma imagem mostra Leonardo com uma garrafa na mão; • Ainda na quarta (12), o TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) atendeu ao pedido do MPSP e revogou a prisão de Leonardo Santiago; • A juíza Marcela Raia de Sant'Anna determinou que as investigações passassem a ser conduzidas pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa); • A postura do delegado César Saad foi criticada pela juíza, que o classificou de "despreparado para conduzir as investigações"; • Leonardo Santiago deixou o CDP (Centro de Detenção Provisória) IV de Pinheiros, na zona oeste da capital, às 17h40 do dia 12 de julho; • Mesmo solto, o torcedor do Flamengo está impedido de se ausentar da cidade onde reside, no Rio de Janeiro, por mais de oito dias sem autorização judicial e de trocar de endereço sem comunicar ao juiz; • Uma semana depois, a Polícia Civil, agora sob supervisão do DHPP, realizou uma reconstituição da confusão para tentar esclarecer a morte de Gabriela Anelli; • Nesta quarta-feira (19), o DHPP revelou que identificou uma pessoa que teria atirado uma garrafa de vidro no momento da confusão. O novo suspeito seria torcedor do Palmeiras. No total, a Polícia Civil investiga três pessoas; • No dia 25 de julho, a polícia prendeu um novo suspeito de atirar a garrafa que acabou matando Gabriela Anelli. Ele é Jonathan Messias dos Santos Silva, torcedor do Flamengo. A prisão aconteceu no bairro Campo Grande, no Rio de Janeiro; • Jonathan seria o homem que aparece de barba e camiseta cinza nas imagens do incidente divulgadas pela imprensa dias depois da confusão; • Segundo a investigação do DHPP, a comparação entre as imagens gravadas por torcedores e moradores da região com as câmeras do estádio do Palmeiras auxiliou a polícia a localizar o novo suspeito; • Nesta terça-feira (8), Jonathan será ouvido pela primeira vez na sede do DHPP.