Alimentação saudável garante melhor qualidade de vida e pode sair barato para o bolso do brasileiro
Consumo excessivo de açúcares foi observada em 61% da população,
Saúde|Da Agência Brasil
Alimentar-se bem custa caro? Segundo a professora da Universidade de Brasilía, Kênia Mara Baiocchi, pequenas mudanças nos hábitos diários podem garantir uma melhor qualidade de vida e comida saudável pode não significar reais a menos no bolso.
A especialista diz que escolhas na hora de fazer compras no supermercado ou na hora de montar um prato em um restaurante self-service podem fazer grandes diferenças para a saúde.
— A gente precisa quebrar alguns paradigmas. Alimentação saudável pode ser cara e pode não ser, depende das escolhas. Claro que um kiwi, um pêssego, uma ameixa, uma cereja, uma lichia, são alimentos saudáveis e muito caros. Mas a banana, a laranja, o abacaxi, a melancia não são caros. Só não pode comprar e deixar apodrecer em casa, tem que consumir. Tem que ter o hábito e a educação de procurar esses alimentos.
Kênia diz que a vida moderna trouxe o stresse, a falta de tempo e o sedentarismo, mas é possível ser saudável nesse ambiente que ela chama de obesogênico. Uma pesquisa divulgada essa semana pelo Ministério da Saúde mostra que 51% da população acima de 18 anos estão acima do peso ideal.
O excesso de peso está ligado também a alimentação. O levantamento mostra que 22,7% da população consomem o recomendado de frutas e verduras - cinco ou mais porções por dia em pelo menos cinco dias na semana.
— A alimentação fora de casa é uma realidade, cada vez mais a gente tem que recorrer ao almoço fora de casa. Muita gente recorre ao self-service. Ai está o trabalho de educação ou reeducação quando é o caso.
Nesses restaurantes está disponível uma alimentação saudável, avalia, mas as pessoas colocam tudo no prato, sem buscar nenhuma harmonia. É peixe com feijoada e sushi no mesmo prato.
Segundo ela, nenhum desses alimentos está proibido, mas é preciso balancear.
— Eu posso ter o dia da feijoada, mas nesse dia eu não como peixe, como apenas a feijoada e é um dia na semana.
Uma alimentação saudável, para o Ministério da Saúde, é, em termos gerais, saborosa, variada, colorida, acessível do ponto de vista físico e financeiro, equilibrada em quantidade e qualidade e segura sanitariamente. Alimentação que ainda tem que ser adotada por parte dos brasileiros.
Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, apesar de haver uma ingestão satisfatória de proteínas, o consumo excessivo de açúcares foi observada em 61% da população, já a de gorduras saturadas, em 82% das pessoas. O consumo insuficiente de fibras foi observado em 68% dos brasileiros. Quanto ao sal, o consumo diário no país é de 12 gramas, enquanto o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 5 gramas.
lém do excesso de peso, outros problemas são associados a maus hábitos alimentares, como pressão alta, colesterol alto e diabetes. Foram esses problemas que fizeram a dona de casa, Maria Selva mudar os hábitos alimentares. Ela tem pressão alta e o diabetes.
— Como arroz, feijão, carne. Verdura e salada, só de vez em quando porque não gosto. Mas como bastante fruta.
Já a também dona de casa, Vilani Oliveira, mudou os hábitos depois dos 50 anos, por recomendação médica, tinha o colesterol alto. Hoje com 65 anos de idade, faz caminhada e academia quase todos os dias. Junto com o exercício, veio a mudança na alimentação.
— Comecei a me exercitar e passei a comer alimentos com pouca gordura, pouca carne vermelha.