Brasil é o quarto país com o maior número de diabéticos do mundo
São 12,5 milhões de pessoas afetadas, o que equivale a 7% dos brasileiros, segundo o Ministério da Saúde; doença cresce acompanhando obesidade
Saúde|Giovanna Borielo, do R7*

O Brasil é o quarto país com maior número de diabéticos do mundo, segundo o International Diabetes Federation (IDF). São 12,5 milhões (7%) de brasileiros afetados, segundo o Ministério da Saúde.
Em primeiro lugar está a China, com 114 milhões de diabéticos, em seguida figura a Índia, com quase 73 milhões, e os Estados Unidos, com 30 milhões.
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O país com o menor número de casos, de acordo com o IDF, é Tokelau, um arquipélago na região da Polinésia, no Oceano Pacífico, com o registro de 200 mil casos de diabetes. O ranking considera a proporção entre os países.
Segundo o endocrinologista Balduíno Tschiedel, presidente regional da América do Sul e Central da IDF, a epidemia da doença afeta o Brasil há 20 anos e está aumentando progressivamente, acompanhando o crescimento da obesidade no país, que atinge 18,9% da população. "Esse aumento do diabetes não é exclusividade do Brasil. Ocorre no mundo todo", afirma.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o número de pessoas com diabetes no mundo aumentou de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2006 e 2016, os casos de diabetes cresceram 61,8% no Brasil.
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A obesidade está diretamente ligada ao diabetes tipo 2, adquirido ao longo da vida, que representa 90% dos casos da doença no Brasil, de acordo com a endocrinologista Vanessa Montanari, da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Ela explica que a obesidade gera resistência à insulina, causando o diabetes tipo 2. O histórico familiar da doença também eleva o risco de seu desenvolvimento.
Tschiedel ressalta que a urbanização, que leva a um maior sedentarismo e alimentação mais rica em gorduras e açúcares, também tem contribuído para o aumento do número de diabéticos. Além disso, ele afirma que o problema cresce rapidamente em países com baixo desenvolvimento.“Os países que ainda não têm tanto desenvolvimento, com exceção dos Estados Unidos, são os que mais têm diabetes. Nos EUA, o número de casos novos está diminuindo, porque a população está começando a se conscientizar", afirma.
Segundo a OMS, 80% das pessoas que vivem com diabetes estão em países com baixo e médio desenvolvimento.
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O IDF afirma que, cerca de 80% dos casos de diabetes tipo 2 podem ser prevenidos pela adoção de um estilo de vida saudável. O órgão destaca que o diabetes é o principal causador de problemas cardíacos, cegueira, falha dos rins e amputação das pernas.
Entretanto, o que chama a atenção dos especialistas é o aumento do diabetes tipo 1 no país. “O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune relacionada à genética e se manifesta na infância ou adolescência. É incomum o crescimento de uma doença que não está relacionada a causas externas”, afirma Tschiedel.
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Segundo o IDF, entre as 422 milhões de pessoas diabéticas no mundo metade ainda não sabe. A previsão é que em 2030 haja um aumento de 123% dos casos, atingindo 522 milhões de pessoas. Para o Brasil, o órgão projeta 23 milhões de casos em 2045.
*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini
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Os cuidados do diabetes podem interferir na saúde de outros órgãos, que precisam de atenção redobrada e exames regulares, de maneira a prevenir e tratar problemas. Para os diabéticos, os pés não são apenas membros de sustentação e, se os cuidados não estiverem em dia, a sensibilidade do membro pode ser afetada, ou até mesmo acarretar em uma amputação. Isso acontece, pois os pés estão em uma região periférica, que por si só, já tem circulação mais difícil e, com níveis de açúcar descontrolado, ocorre o estreitamento e endurecimento das artérias, fazendo com que o sangue não chegue aos pés *Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Gianinni