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Casos de câncer de pâncreas estão aumentando mais rapidamente entre mulheres jovens, diz estudo

Apesar de as taxas estarem subindo para ambos os sexos, essa parcela do público feminino tem sofrido mais com a doença, em comparação aos homens da mesma idade

Saúde|Do R7

Câncer de pâncreas está aumentando entre mulheres
Câncer de pâncreas está aumentando entre mulheres

Um estudo de grande escala, realizado por pesquisadores do instituto de câncer Cedars-Sinai, de Los Angeles, confirmou que as taxas de câncer de pâncreas estão, de forma geral, aumentando, mas especialmente — e mais rapidamente — entre mulheres mais jovens.

Quando comparadas aos homens da mesma idade, as mulheres com menos de 55 anos, principalmente mulheres negras, estão, cada vez mais, sendo diagnosticadas com a doença. 

"Podemos dizer que a taxa de câncer de pâncreas entre as mulheres está aumentando rapidamente, o que chama atenção para a necessidade de mais pesquisas nessa área", disse o autor sênior do estudo, Srinivas Gaddam, em comunicado.

No documento Estimativa 2023 — Incidência de Câncer no Brasil, publicado recentemente pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de pâncreas foi classificado, pela primeira vez, como um dos mais incidentes no Brasil, especialmente na região Sul.


Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer pancreático é o 14º mais frequente no Brasil, de acordo com o Inca.

Na pesquisa, os cientistas analisaram dados do Programa Nacional de Registros de Câncer (NCPR, na sigla em inglês) que correspondem a 64,5% da população dos EUA, filtrando apenas pessoas que haviam sido diagnosticadas com câncer pancreático entre 2001 e 2018.


Os pesquisadores descobriram que a taxa de casos de câncer de pâncreas aumentou 2,4% entre mulheres jovens, quando comparadas a homens da mesma idade. Dentro desse grupo, as mulheres negras são as que mais estão sofrendo com a doença (aumento de 2,23% na taxa de incidência), quando comparadas a jovens negros.

"Embora estejamos relatando uma melhora na sobrevida no câncer pancreático a cada ano, essa melhora ocorre principalmente entre os homens. A taxa de mortalidade entre as mulheres não está melhorando", alertou Gaddam.


De acordo com o pesquisador, uma possível explicação para essa situação está relacionada ao aumento de casos do tumor adenocarcinoma da cabeça do pâncreas, que é considerado agressivo e mortal.

Apesar de a taxa de aumento dos casos ainda ser considerada baixa e não tão alarmante, os pesquisadores pedem às pessoas que fiquem atentas aos sinais da doença. Aqueles que apresentam perda de peso inexplicável ou icterícia — amarelamento da pele e do branco dos olhos — devem procurar atendimento médico imediatamente. 

"É preciso entender essas tendências e fazer mudanças hoje para que isso não afete as mulheres desproporcionalmente no futuro", relata o pesquisador.

Para o longo prazo, os cientistas recomendam à população que evite hábitos de risco que possam desencadear o câncer de pâncreas. 

"Essa conscientização pode redirecionar as pessoas para a necessidade de parar de fumar, reduzir o uso de álcool, seguir uma dieta saudável, fazer exercícios regularmente e controlar o peso. Todas essas mudanças no estilo de vida ajudam a diminuir o risco de câncer pancreático", conclui Gaddam.

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