Como diferenciar a enxaqueca de outros tipos de dores de cabeça?
OMS classifica três tipos de cefaleia como preocupante: enxaqueca, cefaleia tensional e cefaleia por abuso de medicamentos
Saúde|Do R7
Pelo menos 50% da população mundial adulta relata ao menos um episódio de dor de cabeça por ano, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde). Os tipos de cefaleia podem ter muitas origens, desde falta de sono até problemas neurológicos.
A OMS classifica três condições como as que mais merecem atenção dos responsáveis por saúde pública: enxaqueca, cefaleia tensional e cefaleia por abuso de medicamentos.
Esses três tipos são responsáveis por altos níveis de incapacidade produtiva e problemas de saúde na população. Sendo que a enxaqueca é apontada pela agência sanitária como a segunda causa de anos vividos com incapacidade para a população em geral e a primeira em indivíduos com menos de 50 anos.
Muitas pessoas têm dificuldade para saber as diferenças entre a enxaqueca e os outros tipos de dores de cabeça.
"Devemos suspeitar quando o paciente tem a dor de cabeça recorrente, periódica, de moderada a intensa. Geralmente, ela é unilateral, mas pode ser bilateral, dos dois lados da cabeça. Geralmente, ela tem o caráter pulsante", explica o médico Alex Baeta, neurologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
A sensibilidade à claridade também caracteriza o problema. "A pessoa pode apresentar sintomas associados, como fotofobia, que é a intolerância à luz; intolerância ao barulho, que é a fonofobia; náuseas, vômitos, tontura e vertigem, que são as auras mais comuns", complementa Baeta.
A enxaqueca pode ser com ou sem auras. Segundo definição do Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento, as auras "precedem as crises em cerca de 25% dos pacientes".
"Elas são transtornos neurológicos temporários que podem afetar os sentidos, equilíbrio, coordenação muscular, fala ou visão", descreve o guia médico.
Esses sintomas precedem as crises, mas podem também permanecer após o início da cefaleia. A duração varia de minutos a uma hora.
Um artigo da publicado na The Lancet Neurology de novembro cita que 14% da população mundial têm enxaqueca ativa e 4,6% têm dor de cabeça crônica. O mal afeta ainda cerca de 5% das crianças, sendo que meninos e meninas são atingidos da mesma forma.
No caso dos adultos, a enxaqueca atinge cerca de 19% das mulheres e 9% dos homens com idades entre 20 e 64 anos.
Tanto em mulheres quanto em homens, a prevalência de enxaqueca atinge o pico entre 20 e 40 anos de idade e, portanto, tem o maior efeito quando muitas pessoas são socialmente mais ativas e trabalham mais intensamente.
"Sabemos que a mulheres têm mais enxaqueca do que homens por questões hormonais. Sabemos também que a enxaqueca pode piorar no ciclo menstrual ou pré-menstrual. Na verdade, também por influências hormonais. Geralmente, ela costuma melhorar quando a paciente entra na menopausa", destaca o neurologista.
Como é feito o diagnóstico?
A enxaqueca está entre as doenças que não têm cura, e o diagnóstico é feito por meio de análise clínica. O neurologista é o profissional mais indicado para fazer o tratamento.
"Não tem exame que seja comprovatório. Fazemos, sim, na investigação inicial uma ressonância, [ou] tomografia, da cabeça para saber se aquela dor de cabeça não é por outro motivo que não enxaqueca. A enxaqueca é sempre um diagnóstico de exclusão", detalha o médico.
Apesar de muitos estudos, ainda não se conhece a causa efetiva da doença, existem alguns fatores que influenciam o problema, como histórico familiar, o consumo de alguns alimentos, como café, chocolate ou produtos gordurosos.
"Muito ainda permanece desconhecido sobre a enxaqueca. Existem algumas teorias, coisas que sabemos que estão associadas, mas exatamente todos os motivos, o trajeto para que isso aconteça no indivíduo, não sabemos", diz Baeta.
Como é o tratamento da enxaqueca?
O tratamento é feito em duas fases, uma no momento da crise e outra na prevenção.
"Primeiro fazemos tratamento agudo, quando o paciente está com uma crise. Então precisamos tirá-lo dessa crise álgica. Depois, existe o tratamento preventivo, ou seja, para aqueles pacientes que têm mais de quatro ciclos de dor de cabeça no mês", orienta o neurologista.
Os cuidados preventivos se justificam quando o paciente que tem pelo menos uma crise por semana.
"Existe uma série de medicações que se usamos como profiláticos, que são o propranolol, isoprolol, metoprolol. Além dos anticonvulsivantes, que é o topiramato. Nos mais jovens, podemos receitar remédios que se usam para tontura, vertigem e até usar alguns depressivos triciclícos", diz o médico.
No caso da crise os medicamentos mais usados são os analgésicos, associados a anti-inflamatórios não hormonais.
"Podemos ainda orientar o paciente para que ele evite tudo o que tem gatilho que faça com que ele piore. Ás vezes, alimentos, às vezes insônia", finaliza o médico.
Pessoas que comem ao menos cinco ovos por semana são mais saudáveis
De tempos em tempos, o ovo volta a ser tema de estudo nos laboratórios espalhados pelo mundo. A proteína já foi associada tanto a uma vida saudável quanto ao aumento do colesterol e maior risco de doenças cardiovasculares. Desta vez, pesquisadores afir...
De tempos em tempos, o ovo volta a ser tema de estudo nos laboratórios espalhados pelo mundo. A proteína já foi associada tanto a uma vida saudável quanto ao aumento do colesterol e maior risco de doenças cardiovasculares. Desta vez, pesquisadores afirmam que pessoas que têm um ovo no prato, em qualquer uma das refeições, pelo menos cinco vezes na semana, são mais saudáveis, apresentam menor IMC (índice de massa corporal) e têm menos gordura