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Crianças que têm pesadelos frequentes são mais propensas a desenvolver demência na velhice

Estudo britânico sugere ainda possível relação de sonhos ruins na infância com a doença de Parkinson na idade adulta

Saúde|Do R7

Pesquisadores analisaram dados de crianças nascidas em 1958
Pesquisadores analisaram dados de crianças nascidas em 1958 Pesquisadores analisaram dados de crianças nascidas em 1958

Crianças que têm pesadelos regulares estão mais propensas a desenvolver quadros de demência ao envelhecerem. A conclusão é de um estudo conduzido pelo pesquisador Abidemi Otaiku, da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, publicado recentemente na revista eClinicalMedicine, do The Lancet.

Segundo o artigo, ter pesadelos frequentes entre os 7 e os 11 anos de idade representou um risco quase duas vezes maior de desenvolver algum comprometimento cognitivo (a principal característica da demência) após os 50 anos.

Além disso, o risco de ter doença de Parkinson foi sete vezes maior nesse grupo.

A pesquisa de Otaiku partiu de outro achado dele, o de que adultos de meia-idade e idosos que tinham pesadelos frequentes também apresentavam duas vezes maior risco de desenvolver demência ou Parkinson, em comparação com aqueles que não tinham sonhos ruins.

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Ele descobriu que um grande percentual desses adultos e idosos também relatou ter pesadelos frequentes quando eram crianças.

Foi então que o pesquisador recorreu a um estudo britânico de coorte de nascimentos de 1958 que acompanha a vida de todas as crianças nascidas na semana de 3 a 9 de março daquele ano.

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Quando as crianças tinham 7 anos (1965) e 11 anos (1969), as mães responderam a uma série de perguntas, entre elas se os filhos haviam tido pesadelos nos três meses anteriores ao questionário.

"Agrupei as 6.991 crianças com base na regularidade com que tiveram pesadelos aos 7 e 11 anos: 'nunca', 'ocasional' ou 'persistente'. Em seguida, usei um software estatístico para determinar se as crianças com pesadelos mais regulares eram mais propensas a desenvolver comprometimento cognitivo ou ser diagnosticadas com Parkinson quando completassem 50 anos (2008)", explicou Abidemi Otaiku em um artigo que escreveu para o site The Conversation.

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Os resultados mostraram que, em comparação com crianças que nunca tiveram pesadelo, as que tinham sonhos ruins persistentes apresentaram risco 76% maior de desenvolver algum comprometimento cognitivo após os 50 anos e 640% maior de ter Parkinson, padrão que foi semelhante para meninos e meninas.

Ainda segundo o autor, os achados podem ser úteis no sentido de abordagens que busquem reduzir a frequência dos pesadelos das crianças que se queixam disso.

O motivo pelo qual isso acontece é sugerido por Otaiku.

"A frequência com que temos pesadelos na infância é determinada em grande parte por nossa genética. E um gene conhecido por elevar nosso risco de ter pesadelos regulares (PTPRJ) também está ligado ao aumento do risco de desenvolver a doença de Alzheimer na velhice. Portanto, é possível que pesadelos e doenças cerebrais progressivas sejam causados por um conjunto compartilhado de genes."

Ele salienta ainda que, além da possibilidade genética, a interrupção do sono causada pelos pesadelos também pode afetar a restauração do cérebro enquanto dormimos.

De acordo com o pesquisador, mais estudos sobre essa relação devem ser feitos. Ele também diz que a descoberta não deve ser motivo de preocupação.

"Das cerca de 7.000 crianças incluídas em meu estudo, apenas 268 (4%) tiveram pesadelos persistentes de acordo com a mãe. Entre essas crianças, apenas 17 desenvolveram comprometimento cognitivo ou doença de Parkinson aos 50 anos (6%). Portanto, é provável que a grande maioria das pessoas que têm pesadelos persistentes na infância não desenvolva demência precoce ou Parkinson", escreveu.

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