O governo de São Paulo decretou situação de emergência por causa da dengue no estado. Foram confirmadas 113 mortes pela doença este ano. Em meio ao aumento de casos, é importante não baixar a guarda e saber quando suspeitar de dengue, já que alguns sintomas são característicos da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.A infecção pelo vírus da dengue pode causar desde uma doença leve e com poucos sintomas até quadros graves e morte. O vírus fica incubado por um período que varia entre três e 15 dias. Ao se instalar no organismo, começam a surgir os primeiros sintomas, que costumam ser:• Febre alta de início abrupto (acima de 39°C);• Calafrios;• Aumento dos linfonodos;• Dor de cabeça;• Fraqueza extrema;• Dores no corpo e nas juntas;• Dor atrás dos olhos;• Pressão baixa; e• Batimentos cardíacos lentos (bradicardia).Os sintomas acima podem permanecer entre 48 horas e 96 horas, fase que é marcada por uma redução da febre e retorno dela após 24 horas.É nesse momento que surgem os exantemas (manchas vermelhas no corpo que acometem cerca de 50% dos casos), que se disseminam a partir do tronco para os membros e o rosto, segundo o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento.Sinais de alarme:• Vômito com sangue;• Urina com sangue;• Fezes escuras;• Dor abdominal persistente;• Aumento do fígado; e• Sangramento na gengiva.Os sintomas mencionados acima associados à queda abrupta de plaquetas “podem ser observados em todas as apresentações clínicas de dengue, devendo, quando presentes, alertar o médico para o risco de o paciente evoluir para as formas graves da doença, sendo considerados sinais de alarme”, descreve o Manual de Manejo Clínico de Dengue do Ministério da Saúde.Segundo o ministério, casos graves de dengue são caracterizados por sangramento, disfunções de órgãos ou extravasamento de plasma."O choque ocorre quando um volume crítico de plasma é perdido pelo extravasamento. Ocorre habitualmente entre o quarto e o quinto dias — no intervalo de três a sete dias de doença —, sendo geralmente precedido por sinais de alarme [descritos acima]", afirma a pasta.Os grupos de risco para dengue grave incluem grávidas, idosos e crianças, além de pessoas com comorbidades, como hipertensão e diabetes.Indivíduos infectados previamente por um sorotipo diferente do vírus da dengue também podem apresentar um quadro mais grave na segunda vez.É possível detectar o vírus por meio de exames de sangue que vão analisar tanto o genoma do próprio patógeno quanto o antígeno que o corpo produz durante a infecção.As unidades de saúde das redes pública e privada no Brasil realizam esses testes rotineiramente em caso de suspeita de dengue.Não existe um medicamento específico para a dengue. O tratamento é de suporte, ou seja, foca nos sintomas da doença.Podem ser usados o paracetamol ou a dipirona para o controle da febre e da dor, mas médicos recomendam expressamente que sejam evitados o AAS (ácido acetilsalicílico) e anti-inflamatórios não esteroides (por exemplo, diclofenaco, ibuprofeno, naproxeno, nimesulida, entre outros), devido ao risco de sangramento.O paciente deve permanecer em repouso e ingerir líquidos com frequência regular.