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Escorpião: Ministério afirma ter distribuído 18 mil doses de soro

Morte de crianças por picadas de escorpião foram atribuídas à falta soro antiescorpiônico; mais de 124 mil casos foram registrados no ano passado

Saúde|Deborah Giannini, do R7

Veneno do escorpião tem ação neurotóxica, afetando o sistema nervoso central
Veneno do escorpião tem ação neurotóxica, afetando o sistema nervoso central

As recentes mortes de crianças por picada de escorpião, como de Yasmin, 4, em Cabrália Paulista, e de Felipe, 3, em Miguelópolis, ambas no Estado de São Paulo, foram atribuídas à falta de soro antiescorpiônico nas respectivas cidades.

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Em virtude disso, o Ministério da Saúde informou, nesta quinta-feira (12), que todas as cidades brasileiras são abastecidas com soro antiescorpiônico pelos respectivos Estados de acordo com as necessidades locais. Os Estados distribuem a partir das doses enviadas pelo Ministério.

“Os imunobiológicos podem ser, inclusive, remanejados de uma cidade para outra, dentro do mesmo Estado, de acordo com a demanda”, diz o comunicado.


Segundo o Ministério, foram encaminhadas ao Estado de São Paulo 620 ampolas de soro antiescorpiônico este ano. "Apenas no mês de julho, foram 350 doses", afirma.

No total, 18,3 mil doses de soro foram distribuídas pelo Ministério da Saúde aos 26 Estados e Distrito Federal este ano.


Os soros antiescorpiônicos são produzidos pelo Instituto Butantan, em São Paulo, e enviados ao Ministério da Saúde, que os distribui para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Mais de 24 mil casos no ano passado


Foram registrados mais de 124 mil casos de ataque de escorpião no Brasil no ano passado, segundo o Ministério. Os dados de morte e as informações referentes a este ano ainda não foram divulgadas. 

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A maioria dos ataques no Estado de São Paulo é do “escorpião amarelo”, espécie Tityus serrulatus. O veneno do escorpião tem ação neurotóxica, afetando o sistema nervoso central. A maior parte das vítimas são crianças pequenas e idosos.

Segundo o Ministério, a maioria dos casos ocorre em zona urbana em cidades das regiões Sul e Sudeste nos meses quentes e chuvosos, porém é praticamente uniforme ao longo do ano nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. 

Atendimento deve ser imediato

De acordo com o Butantan, em caso de ataque com escorpião, deve-se fazer compressas mornas e tomar analgésicos para alívio da dor até chegar a um serviço de saúde, desde que isso não atrase a ida do acidentado ao hospital.

O instituto dispõe de um hospital especializado em atendimento de acidentes com animais peçonhentos, o Hospital Vital Brazil, que atende todos os dias, 24 horas.

Pessoas que sofrem ataque de escorpião, ou de outros animais peçonhentos, não precisam necessariamente se dirigir a este hospital. É recomendado procurar atendimento médico mais próximo ao local do acidente.

O Butantan ressalta que não é necessário levar o animal. A partir dos sintomas, o médico saberá qual espécie de animal picou o paciente e fará o uso correto da sorologia.

Vale ressaltar que o soro antiescorpiônico não é uma vacina, ou seja, não é utilizada como prevenção. É utilizado exclusivamente no tratamento, combatendo os efeitos do veneno.

"O uso de soro antiescorpiônico é indicado em casos classificados clinicamente como moderados ou graves. Casos leves, que não necessitam a aplicação do antiveneno, correspondem a 87% do total de casos de escorpionismo", afirma o Ministério.

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Os escorpiões podem ser encontrados em “praticamente todos os ambientes”, segundo o governo, com destaque para terrenos baldios, velhas construções, sob entulhos e tijolos.

Por essa razão, a melhor forma de prevenção é manter locais próximos das residências como jardins, quintais e terrenos baldios limpos.

O Ministério orienta o uso de calçados e luvas em atividades rurais e de jardinagem, o não-acúmulo de lixo orgânico, entulhos ou materiais de construção, a vedação de frestas e buracos em paredes e forros.

Outras medidas: ao colocar calçados, roupas, toalhas e roupas de cama, verificar se não há escorpiões antes de usá-los, limpar periodicamente ralos, manter camas e berços afastados da parede e evitar que lençóis toquem o chão.

Em Sumaré, no interior de São Pualo, um menino morreu no último sábado (7), seis dias após ter sido picado ao calçar um tênis.

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