Especialista alerta que família tem papel fundamental no combate à obesidade
Responsabilidade de ensinar as crianças o que comer é dos pais
Saúde|Do R7

A responsabilidade de ensinar as crianças o que comer e como ter um estilo de vida saudável é da família, pois é em casa onde começa o combate à obesidade infantil, uma doença crescente no mundo e também no Brasil, alertou nesta terça-feira (16) Carlos Alberto Nogueira de Almeida, especialista em nutrição infantil e diretor da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia).
— Os pais devem ensinar os filhos a fazer boas escolhas. O importante é haver um equilíbrio entre o que se consome e o que se gasta. Apontar um vilão e excluí-lo da alimentação não resolve o problema.
Os danos causados pela obesidade desde cedo podem ser maiores que os problemas físicos, segundo ele.
— Os riscos da obesidade no adulto existem também na infância, mas algumas repercussões são ainda mais graves nas crianças.
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Além dos riscos de doenças cardíacas e diabetes, também comuns em adultos obesos, o médico chamou a atenção para problemas sociais derivados do sobrepeso na infância.
— Na infância, a obesidade pode marcar uma criança em seu meio social.
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De acordo com o médico, a autoestima pode ser muito prejudicada nessa fase da vida, trazendo o risco de futuros distúrbios de comportamento. Para o médico, enquanto a genética humana se manteve nos últimos cem anos, o desenvolvimento tecnológico promoveu mudanças radicais no cotidiano das famílias.
— Antes, as pessoas tinham um gasto de energia compatível com o que comiam. Hoje, isso não acontece.
Na opinão do especialista, "as crianças já não brincam na rua por questões de segurança; as casas são cada vez menores; e morar em apartamento é regra em cidades médias e grandes".
Além disso, dispositivos eletrônicos como videogames, tablets, televisores e celulares tomam cada vez mais o espaço das brincadeiras e atividades físicas na vida das crianças. O diretor da Abran também ressaltou que o aumento do poder aquisitivo da população nos últimos anos acabou contribuindo para o crescimento da obesidade infantil.
O médico se diz a favor de uma "agenda positiva" por meio de campanhas de educação nutricional, apoio governamental a ONGs e parcerias entre empresas e profissionais de saúde.