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EUA vão usar sangue de quem se curou da covid-19 para tratamento

Tratamento experimental com plasma de pessoas que se curaram só pode ser usado em casos críticos para tentar prolongar a vida dos pacientes

Saúde|Da EFE

Pessoas fazem fila em hospital nos EUA
Pessoas fazem fila em hospital nos EUA

O governo dos Estados Unidos autorizou médicos de todo o país a usar plasma do sangue de pacientes que se recuperaram do coronavírus para tratar aqueles em estado crítico, no que alguns especialistas acreditam ser a melhor solução enquanto se aguarda a cura da covid-19.

O novo tratamento foi autorizado nesta terça-feira (24) ela Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês), a agência governamental encarregada de aprovar o uso de novos medicamentos, vacinas e outros produtos de saúde pública.

Leia também: EUA registram 44.183 casos de coronavírus e 544 mortes, diz CDC

No seu site, a FDA anunciou que o método só pode ser usado em pacientes que se encontram em estado crítico e cujas vidas estão em perigo, e os médicos que o administram terão de pedir autorização prévia.


Decisão incomum

A decisão da agência é incomum, pois geralmente leva meses para autorizar novos tratamentos e só o faz quando tem provado que o método é seguro e eficaz. "Embora promissor, o plasma não demonstrou ser eficaz nas doenças estudadas", admitiu a FDA na nota.

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Antes da covid-19, a técnica foi utilizada para combater a gripe espanhola de 1918, quando o uso de vacinas não estava generalizado, e recentemente também foi aplicada contra o vírus ebola e a Síndrome Respiratória Aguda (SARS), outro tipo de coronavírus que deixou 774 mortos na China entre novembro de 2002 e julho de 2003.


No caso da SARS, o plasma ajudou a mitigar os sintomas dos doentes e encurtou a sua permanência no hospital, de acordo com estudos científicos subsequentes. Além disso, alguns médicos na China também injetaram plasma para pacientes graves, e os resultados parecem ser promissores, de acordo com estudos iniciais.

O tratamento decorre da ideia de que, quando uma pessoa fica doente, o corpo gera anticorpos que combatem a infecção. Assim, quando essa pessoa se recupera, os anticorpos ficam no seu sangue, especialmente no plasma. O tratamento consiste em recolher esses anticorpos que estão flutuando no plasma e injetá-los em uma pessoa doente para ajudá-la a combater o vírus.


Um grupo de cientistas americanos, liderado por uma equipe da Universidade Johns Hopkins, tem pressionado para que a FDA aprove o uso de plasma em pacientes infectados com o novo coronavírus.

Um desses pesquisadores é Arthur Cassadeval, de Johns Hopkins, que em fevereiro, em um artigo de opinião no "The Wall Street Journal", considerou que o uso de plasma poderia ajudar a conter a pandemia enquanto é aguardada a descoberta de uma vacina, que poderia levar de 12 a 18 meses.

Em Nova York, um dos estados mais atingidos pela covid-19, o governador, Andrew Cuomo, já disse que os primeiros passos serão dados nesta semana para começar a usar o método.

Nos Estados Unidos, mais de 44 mil pessoas foram infectadas e pelo menos 544 morreram, de acordo com a contagem oficial.

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