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Fraturas e voos: quais os riscos de uma viagem aérea com um osso quebrado?

Morte de mulher após voo com uma fratura no pé levantou questionamentos sobre o assunto 

Saúde|Giovanna Borielo, do R7

Adriana Laurentino sofreu uma embolia pulmonar após viajar com o pé quebrado
Adriana Laurentino sofreu uma embolia pulmonar após viajar com o pé quebrado

Ao longo da última semana, a web repercutiu a morte da médica Adriana Laurentino, 27, no sábado (24). A jovem morreu após realizar um voo com o pé fraturado, o que teria causado uma embolia pulmonar. Na ocasião, Adriana, que morava na Bahia, tinha quebrado o pé, e resolveu passar pela recuperação com a família, no Acre.

Mesmo sendo orientada por médicos a não prosseguir viagem, Adriana quis entrar no voo e, ao chegar ao destino, foi hospitalizada e veio a óbito devido à embolia ocasionada pela fratura. 

De acordo com o cirurgião vascular Eduardo Dall'Acqua, a relação entre uma fratura e a ocorrência de uma embolia está associada à imobilização necessária nesses casos.

"Imobilidade do membro é um dos fatores de risco para trombose venosa profunda [uma trombose] que pode acarretar um tromboembolismo pulmonar [ou embolia pulmonar]. A trombose venosa profunda é a principal causa de embolia pulmonar", afirma.


Fabio Haddad, angiologista e cirurgião vascular da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que a circulação do sangue nas veias acontece a partir das contrações musculares.

Com a imobilização de algum membro, a circulação sanguínea se torna dificultosa exatamente pela falta de contrações, aumentando o risco de ocorrer uma trombose venosa. "Toda e qualquer imobilização aumenta os riscos de trombose."


Somado a isso, em viagens de avião a longa distância, que também apresentam tendência de baixa mobilidade, o risco da ocorrência é aumentado pela estase sanguínea nos membros inferiores (falta de circulação).

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"Quando é feita uma viagem de avião, principalmente em classe econômica, as cadeiras são mais apertadas e o espaço é menor, o que faz com que a pessoa tenha dificuldade para se movimentar — o que, nesse caso, foi aumentada pela imobilidade do pé", alega Haddad.

Dall'Acqua complementa que, embora viagens longas de ônibus ou de carro apresentem esse risco, ele é menor, pois nesses meios os passageiros tendem a se movimentar mais durante as paradas na estrada. 

Os especialistas enfatizam que o risco acontece com qualquer fratura. 

Haddad atesta que, nesses casos, existem dois tipos de embolia venosa que podem ocorrer: as embolias venosas profundas, em que ocorre a trombose e é direcionada ao pulmão; e as embolias gordurosas, que são mais graves e, geralmente, fatais, caracterizadas por pedaços de gordura que entram na corrente sanguínea e são direcionadas ao pulmão. O segundo tipo, geralmente, está associado a fraturas de ossos longos, como o fêmur e o úmero (osso da parte superior do braço).

Caso o paciente precise viajar, mesmo diante dessas situações, os especialistas recomendam o uso profilático de anticoagulantes, sempre com a orientação de um médico. 

Entre os fatores de risco para uma embolia pulmonar, os médicos listam a obesidade, fatores genéticos, reposição hormonal e uso de anticoncepcional, tabagismo, presença de varizes nos membros inferiores, falta da prática de atividades físicas e câncer.

Condições que favoreçam a coagulação do sangue podem aumentar os riscos do quadro, além de imobilizações prolongadas, como ocorre com as fraturas ou em viagens longas.

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Dall'Acqua acrescenta que os sintomas da embolia pulmonar variam a depender do tamanho, número e localização dos êmbolos. Entre as possíveis manifestações estão a falta de ar, dor torácica (no peito ou nas costas), respiração rápida, coração acelerado, escarro com sangue e tosse. O quadro pode ser grave e ter rápida evolução, podendo levar à morte. 

O tratamento é feito conforme a magnitude dos sintomas, e inclui o uso de anticoagulantes durante seis meses a um ano.

Saiba quais são os requisitos exigidos de quem deseja doar sangue:

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