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Mais da metade dos brasileiros tem excesso de peso, aponta estudo

Taxa chega a 68,5% na faixa etária com idade entre 45 e 54 anos

Saúde|Da Agência Brasil

56,8% dos brasileiros estão com excesso de peso
56,8% dos brasileiros estão com excesso de peso

Estudo da UFPel (Universidade Federal de Pelotas) em parceria com a organização global de saúde pública Vital Strategies alerta para uma situação preocupante: atualmente, 56,8% dos brasileiros está com excesso de peso. O percentual representa a soma das pessoas com sobrepeso e com obesidade, ou seja, com IMC (índice de massa corporal) igual ou acima de 25. A taxa chega a 68,5% na faixa etária com idade entre 45 e 54 anos e a 40,3% entre os mais jovens, com 18 a 24 anos.

Além disso, 10,3% da população tem diagnóstico médico de diabetes. Os grupos mais afetados são pessoas com 65 anos ou mais (26,2%) e pessoas com até oito anos de escolaridade (15,7%). Quando se trata de hipertensão arterial, 26,6% dos brasileiros receberam o diagnóstico, com maior prevalência entre mulheres (30,8%), idosos com mais de 65 anos (62,5%) e aqueles com até oito anos de escolaridade (38%). Entre os mais escolarizados, a prevalência cai para menos da metade (15,6%).

Os dados fazem parte do Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), que ouviu 9.000 brasileiros com idade acima de 18 anos de capitais e cidades do interior das cinco regiões do Brasil, por telefone (fixo e celular), entre janeiro e abril de 2023.

Alimentação

De acordo com a pesquisa, menos da metade da população no Brasil (45,5%) consome verduras e legumes cinco vezes ou mais na semana. “Isso mostra que o consumo continua baixo entre os brasileiros, apesar de ter aumentado no último ano após uma queda expressiva durante a pandemia (aumento de 15,2% entre 2022 e 2023)”, destacou o estudo. A faixa etária que mais consome esses alimentos é a das pessoas com 65 anos ou mais: 45,5% consomem verduras e legumes na frequência semanal recomendada.


O levantamento mostra desigualdades no consumo desses alimentos quando se consideram sexo e escolaridade. As mulheres consomem legumes e verduras mais do que os homens — 51,5% e 39,1%, respectivamente. Além disso, 57,5% das pessoas com maior escolaridade (12 anos ou mais de estudo) têm legumes e verduras na dieta a maior parte dos dias da semana, enquanto 40,9% dos menos escolarizados (zero a oito anos de estudo) têm esse hábito. As diferenças também são grandes entre a região Norte (36,4%), por exemplo, e a Sul (52,6%).

A ingestão de frutas apresenta cenário similar: 41,8% dos brasileiros têm frutas na dieta cinco vezes ou mais por semana. Nesse caso, os mais velhos (65 anos ou mais) também são os que mais consomem com a frequência adequada (62,8%). Mulheres comem mais frutas que homens: 49,6% contra 33,4%. Entre brancos, 47,3% têm o hábito, mais do que entre pretos e pardos (37,9%). O consumo regular de frutas está presente para 48,2% da população mais escolarizada e para 39,3% dos menos escolarizados.


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Já com relação à inclusão de refrigerantes e sucos artificiais na dieta, 17,8% dos brasileiros consomem esse tipo de produto cinco vezes ou mais na semana.

Atividade física

De acordo com a pesquisa, apenas 31,5% dos brasileiros praticam pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou vigorosa por semana. Há diferenças consideráveis quando se olham recortes como sexo, idade e escolaridade: 34,8% dos homens são fisicamente ativos, contra 28,3% das mulheres, e 48,3% das pessoas com maior escolaridade são fisicamente ativas — mais que o dobro das menos escolarizadas (20,9%). O índice fica em 18,9% entre os maiores de 65 anos e em 37,9% na faixa etária dos 25 a 34 anos.

Tabagismo

O Covitel 2023 mostra que a prevalência atual de tabagismo (uso de cigarro convencional, de palha, de papel, charuto e cachimbo) no Brasil é de 11,8%. Nos três períodos avaliados pelo inquérito (pré-pandemia, primeiro trimestre de 2022 e primeiro trimestre de 2023), a prevalência se manteve estável no país, interrompendo uma tendência de redução registrada ao longo dos últimos anos. Quem mais fuma são homens (15,2%), pessoas da região Sul (15,8%) e aquelas com idade entre 45 e 54 anos (15,2%).

Álcool

Os dados também apontam 22,1% de prevalência de uso abusivo do álcool entre os brasileiros nos 30 dias que antecederam as entrevistas. A prevalência ficou maior entre pessoas do sexo masculino (28,9%), com maior escolaridade (26,5%) e jovens adultos entre 18 e 24 anos (32,6%). Já 7,2% da população brasileira relatou fazer consumo regular do álcool, que representa três ou mais vezes por semana. As maiores prevalências são entre pessoas do Sudeste (10,2%) e homens (11,8%).

Saúde mental

Atualmente, 12,7% dos brasileiros relatam ter recebido diagnóstico médico para depressão. As maiores prevalências estão na região Sul (18,3%), entre as mulheres (18,1%) e na faixa etária de 55 a 64 anos (17%), seguida pelos jovens de 18 a 24 anos (14,1%). Já o diagnóstico médico para ansiedade chegou para 26,8% dos brasileiros. De acordo com o estudo, um terço (31,6%) da população mais jovem de 18 a 24 anos é ansiosa. As prevalências são maiores no Centro-Oeste (32,2%) e entre mulheres (34,2%).

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Sono

Por fim, 59,3% dos entrevistados do Covitel afirmaram dormir o tempo recomendado para a idade. Os números mostram que 58,9% dos brasileiros dizem dormir bem, sendo 63,9% entre os homens e 54,3% entre mulheres. No recorte raça/cor, também há diferenças: 64,2% das pessoas brancas relatam dormir bem, índice que fica em 55,1% entre pretos e pardos.

Pessoas que comem ao menos cinco ovos por semana são mais saudáveis:

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