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Mais de mil cidades podem ter surto de dengue, zika e chikungunya

Cuiabá e Rio Branco já apresentam risco e outras 15 capitais estão em estado de alerta; ministério ressalta combate imediato ao Aedes aegypti 

Saúde|Giovanna Borielo, do R7*

Mais de 20% das cidades apresentam alto índice de infestação do Aedes aegypti
Mais de 20% das cidades apresentam alto índice de infestação do Aedes aegypti

O Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira (7) que 22% das cidades brasileiras apresentam alto índice de infestação do Aedes aegypti com risco para surtos de dengue, zika e chikungunya.

A pesquisa foi realizada entre janeiro e março deste ano em mais de 5 mil municípios por agentes de vigilância em saúde.

O monitoramento do mosquito transmissor dessas doenças foi realizado por levantamento de infestação (LIRAa/LIA), que consistiu na visita de agentes a domicílios em mais de 4 mil municípios, e por meio de armadilhas de monitoramento, que capturam os insetos e possibilitam a avaliação instantânea das regiões que possuem infestação, em 258 municípios.

Esse mecanismo de armadilhas é utilizado quando a infestação de transmissores é pouca ou inexistente.


A pesquisa também forneceu informações para o índice de infestação predial (IIP), que mostra a porcentagem de imóveis que possuem criadouros com larva do transmissor.

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De acordo com os dados divulgados, mais de 2 mil municípios estão em estado de alerta, com o IIP entre 1% e 3,9%, e mais de 1.700 municípios apresentam índices satisfatórios, inferiores a 1%. Locais com índice acima de 4% apresentam risco de surto destas doenças.

Entre as capitais com índice satisfatório, com menos de 1% dos imóveis com criadouros, estão São Paulo (SP), João Pessoa (PB) e Aracaju (SE). Duas capitais apresentam risco, Cuiabá (MT) e Rio Branco (AC). Outras 15 capitais estão em alerta para surto: Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE), Porto Velho (RO), Palmas (TO), Maceió (AL), Salvador (BA), Teresina (PI), Recife (PE), Brasília (DF), Vitória (ES), São Luís (MA), Belém (PA), Macapá (AP), Manaus (AM) e Goiânia (GO).


Natal (RN) e Porto Alegre (RS) realizaram levantamento por armadilha. Boa Vista (RR), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e Campo Grande (MS) não enviaram informações.

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Na região Nordeste, os principais criadouros foram o armazenamento de água no nível do solo (doméstico), como tonéis e barris. Na região Sudeste, os principais criadouros foram vasos, frascos com água, pratos e garrafas retornáveis. Nas regiões Sul, Centro-Oeste e Norte, os criadouros foram lixo, recipientes plásticos, garrafas PET, latas, sucatas e entulhos de construções.

De acordo com o Ministério da Saúde, é preciso dar mais atenção nas ações de combate ao mosquito e não podem ser interrompidas na época mais fria do ano. Segundo Osnei Okimoto, Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, a continuidade das ações possibilitará uma redução de casos na época de maior proliferação.

Casos de dengue, zika e chikungunya

Até abril deste ano, houve notificações de 101.863 casos prováveis de dengue em todo o Brasil. Em relação ao ano passado, esse número representa uma queda de 20% dos casos no mesmo período, quando houve 128.730 casos. Houve também redução de 44% de mortes, com 40 neste ano, e 72 no ano passado.

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Neste ano foram registrados quase 3 mil casos prováveis de zika, contra pouco mais de 10 mil no ano passado, uma redução de 70% de casos. Este ano, houve apenas uma morte pela doença.

Este ano foram registrados 29.675 casos prováveis de chikungunya, contra 86.568 casos no ano anterior, uma redução de 65%. Foram confirmadas quatro mortes, sendo que, no ano passado, foram registradas 83.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini

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