Mau humor constante pode ser doença. Entenda a distimia
Sintomas da distimia podem fazer com que a condição seja confundida com a depressão, dificultando e atrasando o diagnóstico correto
Saúde|Giovanna Borielo, do R7*
Alterações no sono e no apetite, humor deprimido, falta de energia, desesperança, baixa autoestima e dificuldade na concentração. Os sintomas podem parecer característicos de um quadro de depressão, mas podem indicar outro problema: a distimia. De acordo com o psiquiatra Elton Kanomata, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, a proximidade dos sintomas faz com que o problema demore alguns anos até ser identificado.
"A distimia é uma alteração de humor que tem uma duração de pelo menos dois anos e se manifesta de maneira silenciosa e devagar, tornando isso parte da pessoa. Com a falta de prazer e a falta de ânimo, muitas pessoas encaram a pessoa como mal humorada ou ranzinza, sem pensar que isso é uma doença", afirma Kanomata.
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Segundo o psiquiatra, a distimia se difere da depressão em sua intensidade nos sintomas e no quanto seus sintomas afetam a vida social e psíquica desse paciente, seja em momentos de crise, ou não. Entre outros sentimentos que a pessoa que tem distimia pode apresentar estão a sensação de inadequação, isolamento, culpa, preocupação com o passado, raiva excessiva e diminuição da produtividade.
"Esses pacientes têm maior dificuldade em iniciar ou manter um relacionamento por conta dessa falta de prazer e interesse, pelo mau humor, pela falta de autoestima e, com isso, acabam se isolando", explica o psiquiatra.
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Kanomata afirma que a distimia não deve ser confundida com a depressão. "O humor deprimido não é exclusivo dessa doença. Outros transtornos psiquiátricos também apresentam o humor deprimido, mas o que diferencia é a intensidade, o modo e a rapidez com que se manifesta", explica.
A distimia pode se apresentar ainda na infância ou na adolescência, sendo que a maioria dos casos ocorre antes dos 25 anos. A prevalência da distimia é de 3% a 6% na população geral, e mulheres são até três vezes mais propensas a desenvolver o problema, quando comparadas aos homens.
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O psiquiatra afirma que o diagnóstico é realizado de maneira clínica, por meio de conversas com o paciente, mas podem ser solicitados exames para que o médico possa descartar outras possibilidades de diagnóstico.
O tratamento é realizado com medicamentos antidepressivos e com psicoterapia, apresentando melhores resultados quando associados. Embora seja um problema crônico, Kanamoto afirma que a distimia pode entrar em remissão completa, seja com ou sem tratamento.
*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini
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