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Plástica no abdômen não garante 'barriga tanquinho'

Abdominoplastia é 3ª cirurgia plástica mais comum no país; retira excesso de gordura e pele e costura músculos, mas não define o abdômen

Saúde|Gabriela Lisbôa, do R7

Gisleni fez a abdominoplastia após perder 30 kg
Gisleni fez a abdominoplastia após perder 30 kg Gisleni fez a abdominoplastia após perder 30 kg

Depois de uma mudança total de estilo de vida, que incluiu reeducação alimentar e prática de exercícios físicos, a professora Gisleni Ribeiro, 34, perdeu 30 kg e conquistou a forma física que sonhava. Só restou um problema: a pele não acompanhou a redução de gordura, ficando uma “sobra” no abdômen e nas laterais da barriga.

Para retirar esse excesso, Gisleni optou por uma abdominoplastia.

A abdominoplastia é a terceira cirurgia plástica mais frequente no Brasil, perdendo apenas para o implante de silicone no seio e a lipoaspiração. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (BCP), em 2016, foram feitas mais de 229 mil em todo o país.

A cirurgia consiste em retirar o excesso de gordura e pele do abdômen, costurar os músculos abdominais, esticar a pele e refazer o umbigo.

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Segundo o cirurgião plástico Rodrigo Dornelles, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), esse tipo de cirurgia é indicado para retirar a pele extra e reaproximar os músculos do abdômen que, depois de uma gestação ou de um período com grande ganho de peso, podem estar afastados. É o que se chama de diástase abdominal.

“A cirurgia pode ser feita para retirar a pele que perdeu a elasticidade, que não retrai, não volta para o lugar após a gestação, a cirurgia bariátrica ou uma grande perda de peso”, explica.

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Segundo o médico, quanto mais nova a pessoa, maior a chance da pele se retrair e acompanhar a perda de volume corporal. “O aparecimento de estria já é um indício de que a pele perdeu elasticidade”, afirma.

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Esse tipo de cirurgia é diferente da lipoaspiração, que retira apenas a gordura localizada com um aparelho de aspiração, não mexendo na pele.

O procedimento não prejudica ou inviabiliza uma gravidez, de acordo com Dornelles. Ele explica que, caso a mulher fique grávida, o músculo vai se dilatar e se adaptar ao crescimento do bebê. Mas, o ideal é que a mulher faça a cirurgia depois de ter filhos. "A gravidez pode anular o efeito da cirurgia, pode separar os músculos novamente e gerar outro excesso de pele", explica.

Cirurgia pode oferecer riscos

Por se tratar de uma cirurgia, a abdominoplastia requer alguns cuidados. O primeiro é na escolha do profissional e do lugar onde o procedimento vai ser feito, um ambiente hospitalar, aprovado pela vigilância sanitária.

O médico deve ter registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) e na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Isso porque, além de ter feito faculdade de medicina, o profissional teve ter passado por uma residência em cirurgia geral e outra residência em cirurgia plástica.

Antes de fazer o procedimento, a professora pesquisou uma clínica especializada e o histórico médico dos profissionais. Ela conta que depois da primeira consulta não encontrou referências sobre o médico na internet, por isso ficou desconfiada e decidiu trocar.

“Eu me senti insegura, pensei que se não existiam relatos de pessoas que operaram com ele, talvez ele estivesse começando. A própria clínica me indicou outra médica, mais experiente”, diz.

Depois de uma nova pesquisa, além de relatos positivos sobre a segunda especialista, a professora também conferiu os registros no CRM e na SBCP. Ainda assim, a cirurgia não foi tranquila. Ela uma teve uma hemorragia e precisou de sangue.

Recuperação pode levar três semanas

A abdominoplastia exige um período que varia de duas a três semanas de repouso. Dornelles explica que se trata de repouso relativo. “Pode se movimentar, mas, para caminhar ou dormir, é preciso manter uma posição flexionada para evitar tensão na área da cicatriz”. Além disso, não pode erguer peso e é preciso evitar subir e descer escadas com frequência se os músculos tiverem sido tratados.

A indicação é que durante a recuperação, assim que o médico liberar, a paciente comece a fazer sessões de drenagem linfática pós-operatória. Em um mês, é possível voltar a fazer exercícios na esteira ou caminhadas e, em 45 ou 60 dias, a paciente pode voltar a frequentar academia, desde que não sejam exercícios muito pesados como levantamento de pesos.

Gisleni atravessou o período de recuperação um tanto apreensiva porque não conseguia avaliar o resultado.

“A gente vai para cirurgia achando que vai sair do hospital já linda e maravilhosa, mas infelizmente não é assim. A gente sai pior do que entrou por causa do inchaço e dos curativos”, conta.

Depois das três semanas, ela começou a ficar mais tranquila e atualmente se sente satisfeita quando se olha no espelho:

“O resultado ficou compatível com as expectativas”, diz ela. A "barriga tanquinho" foi consquistada com alimentação adequada e atividade física.

Tatiana teve problemas na cirurgia de abdominoplastia, que precisou de retoque
Tatiana teve problemas na cirurgia de abdominoplastia, que precisou de retoque Tatiana teve problemas na cirurgia de abdominoplastia, que precisou de retoque

Abdominoplastia não cria barriga definida

Algumas mulheres fazem a abdominoplastia sonhando com uma barriga definida, a chamada "barriga tanquinho". Mas, o cirurgião plástico explica que o efeito tanquinho acontece quando a pele acompanha a definição muscular.

"A abdominoplastia pode ser combinada com uma lipoaspiração para retirar a gordura do abdômen, o que pode resultar em uma barriga mais lisa, sem dobrinhas, mas, quem sonha com uma barriga definida deve procurar uma academia”, explica.

A doméstica Tatiana Moreira de Oliveira, 35, não teve a mesma sorte de Gisleni. Ela vive na Suíça há quatro anos e decidiu fazer uma abdominoplastia para retirar a pele flácida e recuperar os músculos que ficaram separados depois da gestação do primeiro filho.

Além da cicatriz, Tatiana não ficou satisfeita com sobra de pele da lateral do corpo
Além da cicatriz, Tatiana não ficou satisfeita com sobra de pele da lateral do corpo Além da cicatriz, Tatiana não ficou satisfeita com sobra de pele da lateral do corpo

Ela seguiu a sugestão de uma amiga brasileira que também vive na Suíça e marcou o procedimento com um médico, segundo ela, por mais de mais 2.500 euros (cerca de R$ 11.300).

O resultado não agradou. Ela afirma que, além de o médico não ter acompanhado o pós-operatório, sentiu muita dor e teve problemas com os pontos e a cicatriz.

“Ficou uma cicatriz horrível, muito grande. Meu umbigo ficou muito feio e grande, minha lateral da barriga parecia uma roupa que você estende no varal com pregador e ficam aquelas marcas de pregador. Eu fiquei mais infeliz do que eu estava antes”.

Tatiana também conta que depois da cirurgia perdeu a sensibilidade em parte da barriga e que sempre que caminhava ou fazia algum exercício, a musculatura da região abdominal se contraía.

Ela procurou o médico e ouviu que as dores faziam parte da recuperação e que a cicatriz era um problema da “pele latina”.

No dia 16 de julho, ela fez uma nova cirurgia, desta vez, na Tunísia. Mesmo em recuperação, Tatiana afirma estar mais tranquila e conta que recuperou a autoestima. “Agora eu estou muito satisfeita, até a recuperação está sendo diferente, estou livre daquela barriga e daquela cicatriz horrível”, afirma.

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