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Politraumatismo: entenda o quadro de saúde do ator Kayky Brito

Artista foi atropelado por um carro ao atravessar uma avenida no último sábado (2), na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro

Saúde|Do R7

O ator Kayky Brito tem 34 anos
O ator Kayky Brito tem 34 anos

Na madrugada deste sábado (2) o ator Kayky Brito, de 34 anos, foi atropelado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Vítima de politraumatismo, ele permanece internado na UTI (unidade de terapia intensiva) de um hospital particular em Copacabana, para onde foi transferido após receber os primeiros atendimentos no Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon. O estado de saúde do jovem é considerado grave.

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O que é politraumatismo?

O politraumatismo é definido por lesões múltiplas que ocorrem ao mesmo tempo em mais de um órgão ou sistema do corpo, em decorrência de um trauma, de acordo com André Bianco, neurocirurgião especialista em trauma do Hospital Nove de Julho. "Por exemplo, o paciente quebrou a perna, machucou o pulmão e teve um trauma no fígado", descreve Alexandre Penna, ortopedista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.


Quem são as pessoas mais afetadas?

São os adultos jovens do sexo masculino, geralmente envolvidos em acidentes automobilísticos, motociclísticos, explosões relacionadas ao trabalho e quedas de altura elevada. Bianco comenta o fato de que, em geral, os acidentes têm a ver com atitudes imprudentes ao volante, como alta velocidade, ingestão de bebida alcoólica ou utilização do celular.

"Além disso, pode acontecer politraumatismo em esportes radicais, como em esqui e motocross", reforça Penna.


Qual a gravidade do politraumatismo?

Os politraumas podem ser leves ou graves, com risco de o paciente vir a óbito.

Traumas mais leves podem ser caracterizados por fratura em um membro, por exemplo. Nos quadros mais sérios, conta o neurocirurgião do Hospital Nove de Julho, é possível ocorrer lesão vascular, hemorragia extensa, além de danos neurológicos — inclusive com o risco de paraplegia ou tetraplegia.


Quando há lesão no tecido cerebral, que é o traumatismo cranioencefálico grave, Bianco informa que o risco de sequelas fica mais evidente.

Como deve ser o atendimento, desde o local do acidente até o hospital?

O atendimento imediato, segundo Bianco, é o ponto crucial e mais importante para conseguir evitar uma lesão secundária no paciente.

"A gente classifica os politraumas como lesões primárias, que são aquelas que ocorrem imediatamente em decorrência direta do trauma. E temos as lesões secundárias, que ocorrem após o trauma, no período em que a vítima espera até ser atendida. Podem ocorrer hemorragias não controladas e queda de pressão, por exemplo, aumentando o risco de sequelas", explica Bianco.

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Para o ortopedista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, é de fundamental importância evitar o agravamento das lesões já existentes. Por isso, é contraindicado que indivíduos que não tenham nenhum tipo de conhecimento nesse tipo de atendimento mexam na pessoa acidentada. "Ao tentar levantar o acidentado, uma fratura pode desviar-se e deixá-lo paraplégico", exemplifica o especialista.

"É essencial que o atendimento inicial seja dado por um socorrista, que é o profissional capacitado. Rapidamente, o paciente deve ser conduzido a um hospital, onde possa ser tratado pela equipe médica multidisciplinar, que vai fazer o diagnóstico correto e tomar a conduta definitiva de tratamento", salienta Penna.

O que é traumatismo craniano? Quais os riscos?

"Na medicina, a gente classifica como trauma de crânio a lesão no local, ou seja, no osso propriamente dito. E o termo que usamos para uma lesão encefálica é TCE (traumatismo cranioencefálico)", explica o neurocirurgião do Hospital Nove de Julho.

Esse quadro pode ser leve — com pequena lesão e risco de sequela muito baixo —, moderado ou grave, diz o médico. Ainda segundo ele, isso está diretamente ligado ao estado de consciência do paciente no momento do trauma.

Quais os cuidados médicos necessários?

"O tratamento vai desde cuidados intensivos na UTI, com tratamento medicamentoso, até medidas mais agressivas, para reduzir o edema cerebral. Muitas vezes, é feita a drenagem de um hematoma ou uma fratura, que é o tratamento cirúrgico para traumatismos cranioencefálicos", complementa o neurocirurgião.

O acidente

O ator estava na avenida Lúcio Costa quando foi atingido por um carro de passeio ao atravessar a via. O motorista do automóvel foi encaminhado à 16ª DP (Barra da Tijuca), onde o caso foi registrado. A investigação continua em andamento. "O motorista foi ouvido e fez exame de alcoolemia, cujo resultado deu negativo. Diligências estão sendo realizadas para esclarecer os fatos", afirmou a Polícia Civil do Rio de Janeiro.

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