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Suposto fechamento de Hospital do Câncer Infantil é 'fake news'

Notícia que circula nas redes sociais de que Michel Temer teria fechado Hospital do Câncer de Jundiaí é falsa; hospital não recebe dinheiro público

Saúde|Gabriela Lisbôa, do R7


Circula nas redes sociais a notícia de que o presidente Michel Temer teria fechado o Hospital do Câncer Infantil de Jundiaí, no interior de São Paulo.

O texto apresenta, inclusive, o depoimento de um suposto paciente e explica que o hospital atendia 500 crianças pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

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A reportagem do R7 foi investigar e descobriu que esta é uma notícia falsa. O Hospital do Grendacc (Grupo de Defesa da Criança com Câncer) continua funcionando e beneficia 470 pacientes até 19 anos, com câncer e outras doenças complexas, em todas as fases do tratamento. Mas o hospital passa por crise financeira.

Dívidas acumuladas


O Grendacc foi criado em 1995 por um grupo de amigos que queria ajudar as crianças que viviam em Jundiaí, mas precisavam viajar para São Paulo para fazer o tratamento contra o câncer. No início era um ambulatório com uma capacidade menor de atendimento.


Em março do ano passado o Grendacc começou a funcionar como hospital 24 horas. É uma unidade humanizada, 11 leitos de internação, seis leitos de UTI, centro cirúrgico, ambulatórios e inúmeros serviços complementares como fisioterapia, odontologia e nutrição.


O índice de cura do câncer na infância alcançado pela unidade chega a 80%, segundo o hospital, o que seria equivalente aos grandes centros de referência do Brasil.

O hospital não recebe recursos do governo federal. Funciona apenas por meio de doações de empresas e pessoas que simpatizam com o trabalho.

Mesmo com o esforço para aumentar o volume de doações e atrair mais voluntários, o déficit mensal é de R$ 400 mil, de acordo com o hospital. A instituição informa que a dívida acumulada já chega a R$ 4 milhões.

Para tentar pagar os credores, a diretoria afirma que investe em eventos e na venda de alguns serviços, como consultas a preços populares.

Em junho do ano passado o hospital chegou a anunciar que fecharia a assistência 24 horas. Isso não aconteceu porque a diretoria informa que conseguiu aprovar uma série de empréstimos com bancos e empresas privadas, o que fez com que a dívida aumentasse.

Licenças e recursos federais


Para começar a receber recursos federais, o hospital precisa de duas licenças emitidas pelo Ministério da Saúde. A primeira é uma habilitação da UTI (unidade de tratamento intensivo). Essa habilitação foi expedida no mês de fevereiro.

A segunda licença habilita o hospital a funcionar como uma Unacon (unidade de alta complexidade em oncologia pediátrica). Este documento ainda tramita no ministério.

Quando o hospital tiver essas duas licenças em mãos, estará habilitado não apenas a receber as verbas federais, mas também a participar de programas governamentais.

“Obter os credenciamentos necessários não somente nos permitirá receber verbas federais, como também será o reconhecimento de um trabalho que realizamos com excelência, compromisso e responsabilidade. Precisamos continuar caminhando e para isso é extremamente necessário regulamentar essa situação”, explica a diretora-presidente do Grendacc, Verci Andrêo Bútalo.

O que diz o governo

O Ministério da Saúde informou, por meio de nota, que adotou todas as providências para o atendimento de oncologia pediátrica no Hospital do Câncer Infantil de Jundiaí, conforme definido em reunião realizada com o gestor municipal e o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

"A documentação e a proposta foram enviadas pelo gestor municipal ao Ministério. O processo de habilitação em Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) do Hospital do Câncer – Grendacc está em processo de análise para custeio. A pasta já habilitou os leitos de UTI do GRENDACC", diz a nota.

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