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Unicef: um entre cada cinco jovens se sentiu deprimido na pandemia

Relatório mostra como o isolamento social impactou a saúde mental de crianças e adolescentes pelo mundo

Saúde|Do R7

No Brasil, 22% dos jovens se sentem deprimidos ou com pouco interesse para fazer as coisas
No Brasil, 22% dos jovens se sentem deprimidos ou com pouco interesse para fazer as coisas No Brasil, 22% dos jovens se sentem deprimidos ou com pouco interesse para fazer as coisas

Um entre cada cinco adolescentes e jovens de 15 a 24 anos se sentiu deprimido durante a pandemia de Covid-19, apontam dados de uma pesquisa realizada pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) em parceria com a Gallup, empresa de pesquisa de opinião, divulgada nesta segunda-feira (4).

O levantamento foi feito com 21 países, incluindo o Brasil, para o Relatório sobre a Situação Mundial da Infância 2021, e mostrou também que ao menos uma em cada sete crianças foi afetada diretamente pelos lockdowns e medidas de restrições que a tiraram do convívio social, sendo que mais de 1,6 bilhão sofreu alguma perda relacionada à educação.

Em relação aos brasileiros, a estimativa é que 22% dos adolescentes e jovens se sentem deprimidos ou têm pouco interesse em fazer as coisas.

Segundo Henrietta Fore, diretora-executiva do Unicef, apesar de o impacto da pandemia ser significativo no que diz respeito à saúde mental de crianças e adolescentes, os dados revelam apenas uma parte do problema, que pode persistir por muitos anos.

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“É a ponta do iceberg. Mesmo antes da pandemia, muitas crianças estavam sobrecarregadas com o peso de problemas de saúde mental não resolvidos. Muito pouco investimento está sendo feito pelos governos para atender a essas necessidades críticas. Não está sendo dada importância suficiente à relação entre a saúde mental e os resultados da vida futura”, afirma Henrietta.

Enquanto o suicídio é uma das cinco principais causas de óbito entre adolescentes, causando a morte de 46 mil por ano segundo os últimos dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), de 2019, o relatório aponta que, em todo o mundo, somente 2% dos orçamentos governamentais de saúde são destinados para gastos com saúde mental.

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Nesse sentido, o Unicef propõe que os governos se comprometam a proporcionar saúde mental a crianças e adolescentes pelo mundo, promovendo o investimento urgente; a integração e ampliação de intervenções baseadas em evidências nos setores de saúde, educação e proteção social; e a quebra do silêncio em torno da doença mental, abordando o estigma e promovendo uma melhor compreensão sobre o assunto. 

"A saúde mental faz parte da saúde física, não podemos continuar a vê-la de outra forma. Por muito tempo, em países ricos e pobres, temos visto muito pouco entendimento e muito pouco investimento em um elemento crítico para maximizar o potencial de cada criança. Isso precisa mudar", disse Henrietta.

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No Brasil, o Unicef lançou o Pode Falar, canal de ajuda virtual que atende adolescentes e jovens de 13 a 24 anos com assistência sobre saúde mental e bem-estar de forma anônima por meio do site podefalar.org.br.

Impacto na economia 

O Estudo de Carga Global de Doenças, publicado em 2019 pelo IHME (Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde), aponta que mais de um entre cada sete meninos e meninas com idade entre 10 e 19 anos vive com algum transtorno mental diagnosticado no mundo.

O Unincef destaca que, além de impactar a qualidade de vida e o desenvolvimento dessas crianças e adolescentes, o Unicef destaca que uma análise da London School of Economics estima que transtornos mentais que levam jovens à incapacidade ou à morte acarretam uma redução de contribuições para a economia de quase US$ 390 bilhões por ano, o equivalente a R$ 2,12 trilhões de reais.

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