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Usuários de Ozempic podem ter risco maior de complicações em cirurgia e até em endoscopia

Sociedade Americana de Anestesiologistas recomenda suspensão do medicamento com antecedência; entenda por quê

Saúde|Do R7

Um dos efeitos do remédio é diminuir a velocidade do esvaziamento gástrico
Um dos efeitos do remédio é diminuir a velocidade do esvaziamento gástrico Um dos efeitos do remédio é diminuir a velocidade do esvaziamento gástrico

Médicos anestesistas dos Estados Unidos e do Canadá têm relatado um aumento de complicações durante cirurgias em pacientes que fazem uso de medicamentos como o Ozempic.

A agência de notícias Associated Press ouviu especialistas que falaram sobre casos de pessoas que tomam os chamados agonistas do receptor de GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon-1) e seguiram as orientações médicas de ficar em jejum de seis a oito horas antes da cirurgia, mas inalaram alimentos e líquidos em seus pulmões durante a sedação porque o estômago ainda estava cheio.

Um dos mecanismos de ação dessa categoria de remédios é justamente retardar o esvaziamento gástrico, o que é vantajoso em um tratamento para emagrecer.

No entanto, quando o estômago não está vazio durante qualquer procedimento médico que envolva anestesia, há sério risco de uma complicação, que é a regurgitação de conteúdo gástrico e a aspiração pulmonar.

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"Esse é um tipo de complicação potencial tão grave que todos os que tomam esse medicamento devem saber disso", disse à agência de notícias o anestesiologista Ion Hobai, do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston (EUA), um dos primeiros a mostrar o problema.

Em um artigo publicado no mês passado no Canadian Journal of Anesthesia, Hobai e dois colegas, Philip Jones e Patricia Murphy, descrevem pequenos estudos observacionais que servem de alerta.

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Um dos trabalhos citados envolveu pacientes em jejum que estavam usando semaglutida (princípio ativo do Ozempic) e foram submetidos a um exame de endoscopia, que exige um período de jejum e também sedação.

Os autores descobriram que esses indivíduos apresentavam cerca de cinco vezes mais risco de ter conteúdo gástrico residual do que aqueles que não estavam usando semaglutida.

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O número de endoscopias, todavia, foi limitado — 33 em pessoas que usavam semaglutida e 371 em pacientes em geral. Houve oito casos de resíduo gástrico em pacientes que tomavam o remédio (24%) e 19% nos demais (5%).

Outros dois estudos também sugerem que pacientes em uso de semaglutida têm uma probabilidade maior de acumular resíduos gástricos mesmo após seguir a orientação de permanecer em jejum.

Há relato, por exemplo, do caso de um paciente que tomava Ozempic e havia feito jejum de 18 horas antes de uma endoscopia — que envolve sedação. Mesmo assim, teve aspiração pulmonar do conteúdo gástrico.

A ASA (Sociedade Americana de Anestesiologistas) emitiu em junho diretrizes sobre o manejo pré-operatório de pacientes que estejam em uso de agonistas do receptor de GLP-1.

A entidade médica admite que há preocupações de que o retardo do esvaziamento gástrico causado por esses medicamentos possa aumentar o risco de regurgitação e aspiração pulmonar durante a anestesia geral e sedação profunda.

A ASA recomenda a retenção dos agonistas de GLP-1 no dia do procedimento para pacientes em dosagem diária e a suspensão por uma semana antes do procedimento para pacientes em dosagem semanal, a fim de prevenir potenciais complicações.

O documento também aconselha anestesistas a considerar o adiamento de procedimentos em indivíduos que estiverem com náusea, vômito, distensão abdominal ou dor abdominal.

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