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Agentes da PF ficaram duas horas no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro, no Rio

Operação apura quem recebia as informações do monitoramento ilegal; na semana passada, ex-chefe da Abin também foi alvo

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

Agentes foram acompanhados por assessor de Carlos
Agentes foram acompanhados por assessor de Carlos Agentes foram acompanhados por assessor de Carlos (Renan Olaz, Maria Eduarda Reis/CMRJ )

As buscas no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) na manhã desta segunda-feira (29) duraram duas horas, segundo a Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Os agentes chegaram à sala do vereador por volta das 7h e permaneceram até as 9h, acompanhados pela segurança da Câmara e também por um assessor do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A operação investiga o monitoramento ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro, que teria acompanhado autoridades brasileiras, como os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. O R7 apurou que as buscas também foram feitas contra assessores do parlamentar.

A operação da PF foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e apura quem recebia as informações ilegais do monitoramento. Na última quinta-feira (25), o deputado federal e ex-diretor-geral da agência Alexandre Ramagem (PL-RJ) também foi alvo de busca e apreensão, com visita dos agentes ao gabinete do parlamentar na Câmara dos Deputados.

Também nesta segunda, um computador que pertence à Abin foi apreendido na casa de um militar do Exército que estava cedido para a agência durante a gestão do então diretor-geral da agência Alexandre Ramagem (PL-RJ). Ele exercia o cargo de assessor. A mulher dele, que não é alvo da operação, é servidora da Abin.

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Confira os endereços alvos de busca nesta segunda-feira (29)

- Rio de Janeiro (RJ) – 5 mandados;

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- Angra dos Reis (RJ) - 1 mandado;

- Brasília (DF) – 1 mandado;

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- Formosa (GO) – 1 mandado;

- Salvador (BA) – 1 mandado.

Relembre o caso

Em 2023, a PF descobriu indícios do uso de mais ferramentas de espionagem ilegal por servidores da Abin — entre elas um programa de invasão de computadores que permitia acesso a todo o conteúdo privado dos alvos. Os softwares foram encontrados nos equipamentos apreendidos durante as buscas. As informações foram repassadas à RECORD por uma fonte da corporação.

Em 20 de outubro do ano passado, a PF revelou que um sistema de geolocalização da Abin para dispositivos móveis, como celulares e tablets, teria sido usado em monitoramentos ilegais por servidores mais de 30 mil vezes em dois anos e meio. Entre os alvos da espionagem irregular estariam ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), jornalistas, políticos e adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Na época, a PF também cumpriu 25 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, em São Paulo, em Santa Catarina, no Paraná e em Goiás. Os agentes encontraram US$ 171 mil em dinheiro na casa de um dos suspeitos, em Brasília. O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o afastamento de outros cinco funcionários da Abin.

Na última quinta (25), os agentes apreenderam celulares e notebooks no apartamento funcional do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). O R7 apurou que um notebook e um celular ainda pertencem à Abin. Ramagem é um dos alvos de uma operação que investiga o suposto uso ilegal de uma ferramenta de espionagem em sistemas do órgão.

A apuração aponta indícios de que Ramagem continuou recebendo informações de dentro da Abin mesmo após deixar o comando do órgão. O gabinete do parlamentar foi um dos locais onde os agentes fizeram buscas, assim como endereços de outras pessoas no DF, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A casa e o escritório do deputado também foram alvos da ação. Ramagem deve prestar depoimento na sede da PF.

A PF também suspendeu sete policiais federais do exercício das funções públicas. As ações fazem parte das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro de 2023.

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