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Eleições 2014

Em ligação descontraída, Alckmin recorre à presidente da Sabesp para responder a jornalistas

Governador precisava de informações detalhadas sobre financiamento feito pela companhia

São Paulo|Fernando Mellis, do R7

Governador ao lado da presidente Dilma Pena em visita à represa de Atibainha, em Nazaré Paulista
Governador ao lado da presidente Dilma Pena em visita à represa de Atibainha, em Nazaré Paulista

Os políticos nem sempre têm todas as informações necessárias e a forma como eles se saem nessas situações depende do momento. Às vezes dá tempo de alguém falar no ouvido deles, quando não dá, tentam mudar de assunto. Na manhã desta quarta-feira (27), o governador de São Paulo e candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB), recorreu a um telefonema de ajuda bem-humorado para conseguir responder aos jornalistas durante entrevista coletiva.

O tucano falava sobre o financiamento da Jica (Japan International Cooperation Agency – Agência Japonesa de Cooperação Internacional) para detectar e combater vazamentos de água na rede de abastecimento do Estado. Questionado sobre o valor emprestado, admitiu que não tinha a informação, mas se comprometeu a conseguir. Pediu à assessora que ligasse para Dilma Pena, presidente da Sabesp.

— Alô. Oi, Dilma. Tudo bem? Dilma, o nosso financiamento da Jica, qual o valor? Não, lá não é dólar, é iene. É equivalente a US$ 600 milhões. É em torno de R$ 1,4 bilhão.

A primeira pergunta estava respondida. Mas o governador tinha outras.


— Jica é um organismo financeiro do governo do Japão. Escreve J-I-C-A. Japan... O que é I-C-A, você sabe? International Cooperation... ‘Ajusteichon’ [risos], ‘agueichon’ [risos]. E antes de encerrar o ‘telefoneichon’, esse dinheiro para que é?

Dilma Pena responde e Alckmin repassa para os repórteres.


— Redução de perdas, troca de ramal, troca de rede. Tudo o que for relacionado a impedir perda de água. Exclusivo para evitar perda de água.

Os jornalistas fazem mais perguntas enquanto ele ainda está ao telefone, querem saber em que pé estão os trabalhos. Mas a presidente da Sabesp não tem a informação de imediato. “Verifica e me liga”, diz o governador, que emenda mais uma questão: “Outra coisa, quanto a Sabesp perde de água?”.


— 20,35 [%], perda física na região metropolitana de São Paulo de água tratada. A França perde 29 [%]. Faz um resuminho aí para a gente. A média brasileira é 38 [%]. Ok, depois você me passa esses dados aí.

Satisfeito com o telefonema, ele continua a conversa com os repórteres sobre o financiamento. “Eles [Jica] vão dar o dinheiro e fazer a consultoria?”, questiona uma jornalista. “Não. Eles dão o dinheiro... Liga de novo para a Dilma, pergunta se tem algum apoio técnico”, pede o governador à assessora.

Enquanto a resposta não vem, com tranquilidade, ele explica sobre as perdas na rede de abastecimento.

— Se você pegar as perdas hoje, 90% é invisível, não é aquele cano que estourou. É tudo a 7 m de profundidade, ninguém vê. Isso é mundial.

Quando a assessora passa a informação, Alckmin conclui e se despede:

— Transferência de tecnologia e apoio técnico, nós vamos para lá, eles [japoneses] vêm para cá. Arigatou gozaimasu...

Ouça o que Alckmin disse à presidente da Sabesp:

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