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Conheça o 'cozinheiro' bilionário que se tornou braço-direito de Putin

Segundo comentários na mídia internacional, os conselhos de Yevgeny Progozhin, dono de restaurantes, interferem até na política externa russa

Internacional|Eugenio Goussinsky, do R7

Prigozhin (à esquerda) serve a refeição de Putin
Prigozhin (à esquerda) serve a refeição de Putin Prigozhin (à esquerda) serve a refeição de Putin

Yevgeny Prigozhin, de 57 anos, é um oligarca russo que usou um instrumento atraente para ganhar a confiança do presidente da Rússia, Vladimir Putin: a boa comida.

Seus restaurantes, um deles em São Petesburgo (onde Prigzhin nasceu), estimularam o apetite, e com isso a confiança, do mandatário russo, que já o colocou para organizar grandes banquetes oficiais. As informações são da agência Bloomberg.

Daí para Prigozhin se tornar um dos principais conselheiros de Putin, foi um passo. Tal colaboração, porém, é criticada por algumas instituições, como a Fundação Anti-Corrupção, que já o acusou de atividades irregulares ligadas ao comércio. 

Prigozhin e a Concord Catering, de sua propriedade, foram incluídos entre os três negócios russos e as 13 pessoas indiciadas em fevereiro último pelo procurador especial Robert Mueller, por suposta interferência na eleição presidencial dos EUA em 2016.

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Além disso, uma oferta para rejeitar as acusações a outra das empresas de Prigozhin foi negada por um juiz americano.

Guardião da causa russa

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Putin, porém, encara a figura de Prigozhin como a de um guardião da causa russa e, sempre que pode, expõe sua admiração pelo consultor. Mas nega que ele seja determinante para as estratégias governamentais.

O presidente chegou a comparar, este ano, o trabalho de Prigozhin ao de George Soros, o financista bilionário americano. E concedeu a Prigozhin, em 2014, um prêmio pelos serviços prestados pelo empresário ao Estado russo.

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Curiosamente, Soros, que tem enfrentado governos de extrema-direita, é acusado pelo Kremlin de influenciar governos a pedido de Washington.

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Segundo comentários na mídia internacional, os conselhos de Prigozhin interferem até na política externa russa. 

O "chef" teria contribuído para a estratégia da tomada da Crimeia, abrindo uma crise ainda em andamento com a Ucrânia. Também teve papel chave na reordenação de forças na Síria e participação na polêmica suspeita de espionagem russa nas eleições presidenciais americanas.

Vendedor de cachorro-quente

A Concord Catering tem formalizado robustos contratos com o governo, para o fornecimento de alimentos a escolas, militares e funcionários da administração, a preços que superam 1 bilhão de dólares (R$ 3,8 bilhões) anuais.

O negócio de Prigozhin, que praticou atletismo na infância, começou meio ao acaso, em 1990, após um período difícil na sua juventude, quando ficou preso por nove anos, acusado de fraude, roubo e estímulo à prostituição infantil, sentença definida em 1979.

As coisas foram melhorando a partir do momento em que ele, junto com seu padrasto, criou uma empresa de venda de cachorros-quentes. O negócio prosperou. Prigozhin foi enriquecendo e ganhando influência, até ela se estender à esfera federal.

-- Acompanhe o noticiário internacional no R7 --

Este tipo de "outsider" político é comum em nações poderosas que se veem isoladas. É o caso típico da Rússia que, mesmo como potência, mantém divergências e sofre sanções das potências ocidentais.

E como a Rússia ainda preserva uma rivalidade com a China, ainda que com um incremento em alguns setores do comércio, tem buscado fazer alianças polêmicas, com países fora da agenda dipolmática, como Síria e Irã.

Negócios na África

Prigozhin quer explorar minérios na África
Prigozhin quer explorar minérios na África Prigozhin quer explorar minérios na África

Por outro lado, o governo tem procurado a África, novamente com o auxílio estratégico de Prigozhin, para fazer alianças em busca de parcerias na exploração de minérios no continente.

Além é claro, de vender armamentos a muitos dos governos ditatoriais, que se perpetuam há anos e precisam manter uma infraestrutura de segurança, caso contrário temem ficar desprotegidos e serem derrubados nestes países cheios de guerras internas.

Com pragmatismo, e sem se ater às polêmicas sobre o autoritarismo de muitos destes governos, o interesse russo é o acesso ao comércio. Neste sentido, a venda de armamentos a muitos dos governos ditatoriais se tornou um filão. 

Veja também - Poder em expansão: China investe pesado na reconquista da África

Bilionário, Prigozhin estruturou uma equipe de soldados contratados e agentes políticos que atuam e oferecem segurança governamental, treinamento de armas e serviços de campanha eleitoral em troca de direitos de mineração e outras oportunidades. As fontes da Bloomberg são duas pessoas familiarizadas com o assunto.

Sempre com discrição, Prigozhin está priorizando um rol de países que já contam com parcerias com as Forças Armadas russas. Entre eles, pelo menos 10 já contam com os serviços do magnata: República Democrática do Congo, Sudão, Líbia, Madagascar, Angola, Guiné, Guiné-Bissau, Moçambique, Zimbábue e República Centro-Africana.

Conforme ressalta a agência americana Bloomberg, Putin prepara o país para receber mais de 50 líderes, na primeira cúpula entre a Rússia e a África em 2019. O evento será uma consolidação dos objetivos estruturados por Prigozhin.

O ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, não esconde a importância do projeto e, antes da passagem pelo continente, no início deste ano, afirmou que a cúpula consolidará a "presença ativa da Rússia na região.”

E com um cardápio de opções muito variado, entre possibilidades de parcerias e de comércio.

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