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Cúpula europeia tenta obrigar Putin a negociar com a Ucrânia

Os líderes chegaram a Bruxelas com visões diferentes sobre como conseguir convencer os russos

Internacional|

Os dirigentes da UE (União Europeia) realizam nesta quinta-feira (6) uma reunião extraordinária sobre a crise na Ucrânia com o objetivo de pressionar o presidente russo Vladimir Putin a negociar uma solução política para a crise desatada pelo movimento de suas tropas na Crimeia e na fronteira com a Ucrânia.

Os chefes de Estado e de Governo chegaram a Bruxelas com visões diferentes sobre como conseguir isso. Para os países do Leste Europeu, que outrora estiveram sob domínio da Rússia soviética, a questão do avanço russo sobre a Ucrânia merece uma resposta forte e sanções imediatas.

Para os países da Europa Ocidental, o principal objetivo é fazer Putin aceitar o diálogo para alcançar uma solução política que respeite a integridade territorial da Ucrânia.

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Esta manhã, ao chegar à cúpula, a presidente lituana foi explícita ao falar sobre a questão. Denunciado uma "agressão brutal de Moscou, declarou que a Rússia está "reescrevendo as fronteiras do pós-guerra".

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"Depois da Ucrânia será a Moldávia, depois outro" país, disse.

"Este é o sinal que a Rússia nos dá, devemos entendê-lo corretamente", disse, acrescentando que "a Europa ainda não foi capaz de entender o que está acontecendo".

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A Polônia, que segue o mesmo pensamento de sua vizinha Lituânia, já pediu duas reuniões extraordinárias da Otan, ao abrigo do artigo 4, que prevê que qualquer membro pode convocar reuniões com seus aliados, caso sinta que qualquer um deles está ameaçado.

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, preferiu não fazer comentários ao chegar para a cúpula. Antes do início da reunião, Tusk reuniu-se separadamente com os líderes dos quatro países do G8, a Alemanha, Grã-Bretanha, França e Itália.

Paris, Londres e Berlim, assim como outras capitais europeias, querem enviar uma forte mensagem à Rússia, considerando inaceitáveis suas ações na Ucrânia, mas privilegiam o diálogo com Moscou.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, explicou em sua chegada a Bruxelas que três pontos deverão ser tratados na reunião de hoje: que "a Ucrânia e a Rússia dialoguem, que enviamos uma mensagem clara ao governo russo de que o que aconteceu é inaceitável e que poderíamos adotar outras medidas".

O presidente francês, François Hollande, considerou, por sua vez, que a UE "deve exercer a máxima pressão (...) para iniciar um processo de desescalada".

"Não estamos buscando um aumento da tensão, mas a abertura de um diálogo, da mediação, da negociação", acrescentou, explicando que adotar sanções contra a Rússia continua a ser "uma opção".

O primeiro-ministro ucraniano interino, Arseniy Yatseniuk, que foi convidado para participar de parte da reunião dos 28 líderes da UE, considerou "ilegítima" a decisão do Parlamento da Crimeia de solicitar adesão à Rússia.

"É uma decisão ilegal e o referendo não tem base legal", acrescentou.

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"Um novo muro está sendo construído, e eu digo ao presidente Putin: 'Sr. Putin, derrube este muro, o muro da intimidação e da agressão militar, e construa um novo tipo de cooperação", afirmou.

Uma versão de um projeto de declaração da cúpula, que circulou nesta quinta-feira, deixava um parágrafo em branco sobre as possíveis sanções.

Na parte da manhã, a chanceler alemã Angela Merkel disse que serão discutidas e, eventualmente, anunciadas, em função do desenvolvimento do processo diplomático, referindo-se ao diálogo em Roma entre os chefes da diplomacia dos Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido e Itália.

"O lançamento do processo será decidido dependendo da situação, se o processo diplomático avançar. Saberemos durante o decorrer do dia qual caminho iremos seguir", insistiu Merkel.

Os líderes da europeus vão discutir ainda as modalidades para implementar sanções políticas e diplomáticas sobre a Rússia, segundo uma fonte europeia.

Estas podem ser semelhantes às já aprovadas por sete membros (Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália e Japão) do G8 contra a Rússia, que suspenderam sua participação em reuniões para preparar a cúpula de Sochi.

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