Os Estados Unidos congelaram nesta quinta-feira (30) ativos avaliados em mais de 1 bilhão de dólares, cerca de R$ 5,2 bilhões, de uma empresa ligada ao oligarca russo Suleiman Kerimov, já sancionado por Washington. O Departamento do Tesouro informou que Kerimov, um bilionário ativo na política russa, administrava a empresa Heritage Trust, com sede em Delaware. A Heritage Trust, estabelecida em 2017, enviou dinheiro para os Estados Unidos por meio de empresas de fachada e fundações paralelas sediadas na Europa, disseram funcionários do Departamento do Tesouro. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, prometeu que seu país continuaria a agir "mesmo que as elites russas se escondam atrás de procurações e arranjos legais complexos". Os Estados Unidos "implementarão ativamente as sanções coordenadas multilateralmente impostas àqueles que financiam e se beneficiam da guerra da Rússia contra a Ucrânia", afirmou em comunicado. A medida ocorre semanas depois que Fiji entregou aos Estados Unidos um iate de 300 milhões de dólares (R$ 1,56 bilhão) vinculado a Kerimov, que é sancionado pelos Estados Unidos desde 2018 por suposta lavagem de dinheiro e ligações com o governo russo. Os Estados Unidos e as nações europeias intensificaram as sanções contra os oligarcas russos após a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro. Kerimov, originário da república russa do Daguestão, no Cáucaso, tornou-se uma das pessoas mais ricas do mundo após a queda da União Soviética. Sua família controla o grande produtor de ouro Polyus. O G7 concordou no domingo em proibir as exportações de ouro da Rússia. No final de 2021, o Bloomberg Billionaires Index classificou Kerimov como a 190ª pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna de 11,8 bilhões de dólares (R$ 61,6 bilhões). O oligarca desencadeou um incidente internacional em 2017, quando foi preso pelas autoridades francesas enquanto voava para Nice, acusado de fraude fiscal e compras suspeitas de cinco mansões de luxo. A Rússia protestou e as acusações acabaram sendo retiradas, mas os promotores franceses reabriram a investigação em 2019.
