Médicos de Boston tiveram que amputar membros de feridos no meio da rua
Socorristas dizem que muitas pessoas perderam uma ou ambas as pernas na explosão
Internacional|Do R7, com agências internacionais
Boston estava mergulhada em dor e raiva na manhã desta terça-feira (16) pelos três mortos e mais de 170 feridos deixados pelos ataques de ontem durante a maratona da cidade. O clima de revolta cresce à medida que surgem mais detalhes sobre a tragédia, como os relatos dos médicos que socorreram as vítimas. Eles disseram que muitos feridos perderam membros na explosão e que alguns precisaram ser amputados no local.
Os médicos que estão tratando os feridos mais graves disseram hoje que as vítimas foram feridas com pregos e pedaços de metais — algumas necessitaram amputar seus membros inferiores no próprio local, enquanto grande parte passou pelo procedimento em hospitais.
"A bomba obviamente foi colocada bem próximo ao chão, por isso a maioria dos ferimentos ocorreu nas extremidades inferiores das vítimas", explicou George Velmahos, chefe do setor de traumatologia do Hospital Geral de Massachusetts.
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Velmahos afirmou que oito pacientes estão em estado grave e que quatro tiveram seus membros inferiores amputados.
— Muitos deles possuem ferimentos graves nas partes inferiores de seus corpos, ferimentos causados por pequenos fragmentos metálicos que entraram em seu corpo, como pregos, estilhaços, pedaços de metal.
Devido à natureza de seus ferimentos, as vítimas sofreram uma rápida perda de sangue.
— Eles estão sob cuidados intensivos. Estão em estado crítico. Mas conseguimos estabilizar seus sinais vitais e sua situação hemodinâmica está sob controle.
Hoje, a agência de notícias Associated Press informou que pelo menos uma das bombas foi colocada dentro de uma panela da pressão escondida em uma mochila. A informação não foi confirmada oficialmente.
As autoridades da cidade anunciaram que será fornecido suporte psicológico nas escolas e para os corredores que precisarem de assistência após os ataques.
Segurança reforçada
A linha de chegada da maratona continua isolada e a polícia montou um forte esquema de segurança na rua principal e em toda a cidade. A ação incluiu o fechamento de estações de metrô e revistas policiais nos trens e ônibus.
A polícia indicou que a segurança reforçada será mantida por vários dias. Vários locais turísticos importantes foram fechados e eventos esportivos foram cancelados. A partida de basquete disputada entre Boston Celtics e Indiana Pacers, que seria disputada na terça-feira, foi cancelada devido à tragédia.
As autoridades buscam pistas em Boylston Street, palco da tragédia, que continua fechada cheia de cacos de vidro da explosão das duas bombas, e varrida pelo vento frio de primavera.
Nesta terça-feira, cerca de 27 mil corredores se aproximaram o máximo que puderam da linha de chegada para prestar homenagem às vítimas e suas famílias.
"Vou deixar a cidade hoje, mas tive que voltar aqui", disse Lea Elliasson, de 55 anos, que veio da Suécia para participar da 117º edição da maratona.
"Terminei o percurso 15 minutos antes dos atentados, eu sei que tenho sorte", declarou esta mulher, que correu para arrecadar fundos para pessoas com deficiência em sua cidade.
Boston lamentou particularmente pela família de Richard Martin, de oito anos, que morreu nas explosões, enquanto esperava para ver seu pai cruzar a linha de chegada. A irmã do menino, de seis anos, perdeu uma das pernas no ataque, e sua mãe também ficou gravemente ferida, segundo a imprensa local. Uma vela foi deixada nos degraus da casa da família, no bairro de Dorchester, e a palavra "paz" foi escrita em giz na rua.
Outras histórias trágicas vieram à tona enquanto os médicos relatavam a destruição causada por metais e pregos que as bombas continham.
Liz Norden, mãe de cinco filhos, contou ao Boston Globe que dois deles perderam uma perna. Ambos tinham ido para a Boylston Street para ver um amigo terminar a prova. Norden recebeu um telefonema de um de seus filhos da ambulância que o levava junto com seu irmão para um hospital. Ele disse que estava "gravemente ferido".
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