A assessoria de comunicação do Ministério da Defesa divulgou, nessa terça-feira (27), uma nota à imprensa negando ter sido consultada a respeito da viagem do senador boliviano Roger Pinto Molina ao Brasil.
No texto, a assessoria destaca que os dois militares que acompanharam o carro no qual foi transportado o senador, de La Paz até a cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, são responsáveis pela segurança da embaixada brasileira, do chefe do posto e dos demais integrantes do corpo diplomático na Bolívia.
Ainda segundo a nota, os militares, que foram convocados pelo diplomata Eduardo Saboia, não foram informados sobre a viagem do senador boliviano para o Brasil.
“Dessa forma, nenhuma autoridade brasileira, no âmbito do Ministério da Defesa, foi consultada ou tomou conhecimento da viagem antes de o senhor Roger Pinto ter ingressado em território brasileiro”, dizia o texto.
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Entenda o caso
Roger Pinto Molina, senador boliviano opositor do presidente Evo Morales, ficou abrigado por 15 meses na embaixada brasileira desde que pediu asilo político ao Brasil. O salvo-conduto era negado pelas autoridades bolivianas sob alegação que o parlamentar responde a processos judiciais no país.
Na sexta-feira (23), o parlamentar deixou a embaixada, em um carro escoltado por militares brasileiros, com a ajuda de Eduardo Saboia. O boliviano chegou neste domingo (25) ao País por Corumbá (MS), onde se encontrou com o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Os dois voaram em seguida para Brasília.
A fuga do senador provocou uma crise diplomática com a Bolívia, que levou ontem à demissão do chanceler Antonio Patriota.
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